Redução dos inadimplentes, ou seja, que atrasam o pagamento das dívidas, foi de 4,7 pontos percentuais ao comparar janeiro deste ano e o mesmo mês de 2024
O Espírito Santo começou 2025 com menos famílias endividadas (contas a pagar) e inadimplentes (tendo dívidas em atraso), ou seja, o capixaba alcançou, em janeiro, uma maior capacidade de pagamento devido a uma melhor gestão financeira. A notícia é importante para o comércio e para os consumidores, já que fortalece o poder de compra e pode favorecer as vendas.
O número de capixabas inadimplentes em janeiro recuou 0,1 ponto percentual, atingindo 33,5%, sendo 2.500 pessoas a menos ao se comparar com dezembro. Na análise interanual, a inadimplência diminuiu 4,7 pontos percentuais, saindo de 38,3% em janeiro de 2024 e chegando a 33,6% em janeiro de 2025. Logo, cerca de 186 mil saíram do vermelho, sendo, aproximadamente, 178 mil de menor renda (até 10 salários mínimos, ou seja, R$ 15.180) e 7.500 de maior renda (acima de 10 salários).
Já o percentual de famílias endividadas, em relação a dezembro de 2024, caiu 1,1 ponto percentual e chegou a 88,7% em janeiro deste ano. Essa redução significa 43 mil capixabas a menos com contas a pagar (compras parceladas ou financiamentos de veículos e casa). Essa mesma queda de 1,1 ponto percentual também foi registrada na comparação com janeiro de 2024.
As análises dos dados são do Connect Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo), com informações da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
De acordo com a coordenadora de pesquisa do Observatório do Comércio, o Connect Fecomércio-ES, Ana Carolina Júlio, para as famílias, a menor inadimplência implica uma maior capacidade de cobrir as despesas essenciais e, ainda, reservar parte da renda para outras gastos. Já, para o comerciante, esse resultado pode levar a um aumento no volume de vendas.
As famílias capixabas seguem tendo o cartão de crédito como a principal fonte de endividamento, sendo que seu uso, inclusive, cresceu. Além dele, nas famílias com menor renda, houve aumento na busca por crédito pessoal e financiamento de carros. Para aquelas que têm maior renda, os destaques foram a ampliação do uso do crédito consignado e a redução na procura por financiamento para compra de carros.
Outra característica relevante do endividamento, segundo o levantamento, é o tempo de comprometimento com as dívidas. Pessoas com menor renda tendem a parcelar mais suas contas em comparação àquelas com maior poder aquisitivo.
Em janeiro, as famílias que recebem até 10 salários mínimos afirmaram levar aproximadamente sete meses para quitar suas dívidas e as de maior renda, cerca de seis meses. Além disso, houve também aumento no volume de dívidas que estão em atraso há mais de 90 dias. Para as famílias de menor renda, o crescimento foi de 0,1 ponto percentual, e, para as de maior salário, de 6,3 pontos percentuais.
“Os resultados mostram que as famílias de baixa renda estão conseguindo manter o pagamento de dívidas em atraso de forma estável. Já as de alta renda estão com mais dificuldade para pagar”, apontou Ana Carolina Júlio.
A pesquisa completa, com os dados detalhados, pode ser acessada no site https://portaldocomercio-es.com.br.