Maior estado exportador brasileiro, responsável por quase 82% do faturamento do país, o Espírito Santo exportou em 2022, 1,05 bilhão de dólares, número 5,9% menor em relação ao ano anterior. Segundo o Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Estado (Sindirochas) o setor capixaba começou o ano de forma positiva, atingindo, ainda no primeiro semestre, evolução de quase 8,4% em relação ao ano anterior. No entanto, acompanhando o comportamento das exportações nacionais, a partir de outubro, o setor registrou queda.
A nível Brasil, após o positivo número alcançado em 2021, quando bateu recorde histórico com as exportações, o país exportou, em 2022, 1,28 bilhão de dólares. O dado foi divulgado pelo Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas) apontando um recuo de 4% em relação ao ano anterior. Um dos motivos apresentados foi o histórico de desafios logísticos.
O transporte de cargas é vital para o segmento que tem Estados Unidos, China e Itália como principais clientes. “O comportamento do setor nos 3 primeiros trimestres do ano de 2022 apontavam para possível estabilidade, ou mesmo crescimento, em relação a 2021, porém, resultados expressivos e negativos nos meses do último trimestre conduziram para uma redução em relação a 2021. Enfrentamos muitos desafios como a complexidade logística, alta no valor do frete marítimo, principais clientes com estoque abastecido e, claro, a concorrência com os materiais artificiais. Os números do último trimestre/22 apontaram uma expressiva retração nas exportações, podendo haver ainda reflexos no 1º bimestre/2023, mas temos a expectativa de que o mercado venha a reagir.”, afirma o presidente do Centrorochas, Tales Machado.
O presidente do Sindirochas, Ed Martins, alinha-se com a opinião do dirigente da entidade nacional do setor. “Entendo que uma série de fatores contribuíram para tal resultado. Juntam aos já mencionados a queda na atividade econômica em nossos principais mercados e o redirecionamento de recursos para aquisição de materiais concorrentes que estavam com a indicação de elevação de carga tributária em curto prazo”, apontou.
No entanto, os dois líderes setoriais apontam o setor de rochas como otimista e resiliente indicando, entre outros motivos, a busca de novos mercados e novas formas de atender aos tradicionais como fatores para uma possível retomada. Para este ano, várias ações voltadas para o mercado externo estão programadas por meio do It’s Natural – Brazilian Natural Stone, projeto para promoção das rochas brasileiras no mercado internacional, desenvolvido pelo Centrorochas em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
Comportamento do ES nos principais mercados
Em 2022, Estados Unidos, China e Itália representaram, respectivamente, 58%, 13% e 8% do total das exportações do país. A nível estadual, o comportamento é semelhante, com os três países absorvendo 81% das exportações capixabas. De tudo que é exportado pelo Espírito Santo, 67% têm os EUA como destino, 9% a China e 5% a Itália.
Maiores estados brasileiros exportadores
Espírito Santo (81,8%), Minas Gerais (10,9%) e Ceará (3,1%), foram os estados brasileiros que mais exportaram rochas naturais em 2022. Ocupando o primeiro lugar no ranking, o Espírito Santo exportou 1,05 bilhão de dólares, registrando queda de 5,9% em relação ao ano anterior. Minas Gerais e Ceará registraram alta de 5,2% e 5,4% respectivamente.