O Brasil vem enfrentando uma das piores crises hídricas de sua história, com reservatórios operando no limite. Riscos de apagões se tornam possíveis, apesar das medidas adotadas pelo governo. Por causa disso, é preciso investimento nas formas de geração de energia.
No Estado, projetos se vislumbram nos próximos anos e englobam diversos tipos de geração de energia: elétrica, eólica, solar e biogás.
Dois dos projetos mais aguardados são os de energia eólica offshore (produzidas em alto-mar). Os dois estão em fase de licenciamento junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e do Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e devem ser instalados nos próximos anos.
Um deles é o da Equinor, petroleira norueguesa. A capacidade da usina será de 2 gigawatts.
“A empresa vem buscando diversificação na sua matriz de energia. A instalação será de dois parques eólicos significativos: um no Espírito Santo e outro no Rio de Janeiro”, disse Cícero Grams, gerente executivo de Negócios da Federação das Indústrias do Estado (Findes) e coordenador do Fórum Capixaba de Petróleo, Gás e Energia.
O outro projeto envolvendo energia eólica é da empresa Votu Winds, que tem sede no Rio. “Também é offshore e são três parques. Mas em número menor de geradores. A empresa também está em fase de licenciamento junto ao Ibama”, disse Cícero.
Ele ainda destacou os principais benefícios para o Estado em relação à geração de energia eólica. “É uma fonte renovável. Então, nós estamos migrando para a diversificação da nossa matriz”.
Projetos de usinas termelétricas também estão em andamento: trata-se da ampliação de duas usinas (uma em Linhares e outra em Viana) e da construção de uma termelétrica em Linhares. Ao todo, vão criar 295 vagas de emprego e somar R$ 548 milhões em investimentos até o ano que vem.
“Temos assim a redução de gases poluentes e a diminuição da demanda das hidrelétricas”, destacou Mayara Lamberti Zanotti, assessora técnica de energia da Secretaria de Estado de Inovação e Desenvolvimento (Sectides).
Estudos mostram potencial do Estado no setor
O Espírito Santo aparece como potencial de gerar vários tipos de energia, segundo especialistas da área. Além dos projetos já anunciados, outros podem surgir em breve, especialmente em relação à energia solar e também biogás.
Um dos motivos que tornam o Espírito Santo competitivo para as empresas é a localização geográfica, segundo Mayara Lamberti Zanotti, assessora técnica de energia da Secretaria de Estado de Inovação e Desenvolvimento (Sectides).
“Temos radiação solar suficiente para a produção de energia solar. As grandes empresas estão procurando o Espírito Santo por causa do nosso programa de incentivo fiscal, nossa região da Sudene e também porque uma boa localização geográfica. Tem ainda os nossos portos que estão aptos a receber equipamentos importados”.
Ela diz que o Estado tem prospecção com empresas do setor, mas não revelou outros detalhes.
Outra área que pode receber investimentos em breve é a de biogás. “Já temos usinas desse tipo no Estado e outras estão sendo prospectadas”, pontuou Mayara.
Cícero Grams, gerente executivo de Negócios da Findes, afirmou que o Estado tem também grande potencial na utilização de gás. “Não é uma fonte renovável, mas é uma energia de transição para uma economia de baixo carbono”.
SAIBA MAIS
Energia eólica
proveniente da força dos ventos, é uma energia de fonte renovável.
Pode ser dividida em dois tipos: onshore, que diz respeito a parques de geração localizados em terra.
Na offshore, a produção fica localizada em alto-mar.
Dois empreendimentos, ambos offshore, pretendem se instalar no Estado nos próximos anos:
Equinor
A empresa norueguesa pretende instalar um parque no litoral Sul do Estado, na região de Itapemirim.
O parque teria a capacidade de 2 gigawatts. A empresa pretende instalar o mesmo projeto no litoral do Rio de Janeiro.
o projeto está em fase de licenciamento ambiental junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Votu Winds
A empresa, com sede no Rio, também está em fase de licenciamento ambiental junto ao Ibama para a instalação de três parques de energia eólica offshore no Estado.
Também ficarão localizados no litoral Sul do Estado.
Usinas termelétricas
Elas produzem energia por meio da queima de combustíveis fósseis, como petróleo e gás natural.
foram anunciados recentemente três projetos no Estado: dois em Linhares e um em Viana.
UTE LORM
opera desde dezembro de 2010 em Linhares, e será expandida.
possui capacidade total instalada de 204 megawatts (MW), produzida por 24 geradores. A proposta é ampliar a produção em 36,0 MW, ou seja, 17,6% de acréscimo.
Isso será possível com a instalação de 4 novos motogeradores, em uma área de 2.300 m.
Cerca de 80 pessoas serão contratadas durante as obras, e outras 10 na operação.
UTE Povoação
Trata-se de um novo empreendimento, que vai agregar 8 unidades geradoras também em Linhares.
A capacidade da planta é 74,96 MW de energia.
O efetivo médio previsto para a obra é de 100 funcionários e para as operações é estimada a criação de 15 novos postos de trabalho.
UTE Viana
A Tevisa tem projeto de expansão da usina termelétrica em Viana.
Serão instaladas mais 4 novas unidades geradoras, mas com gás natural como combustível. Elas agregarão 37,480 megawatts (MW) à capacidade já instalada de 174,6 MW, ou seja, 21,4% de acréscimo em relação ao atualmente licenciado.
As obras de implementação devem ser iniciadas ainda neste mês, logo após a emissão da Licença Ambiental. Ao todo, o projeto de ampliação vai criar 80 empregos durante as obras e 10 na operação.
Energia solar e biogás
Empresas dos setores têm intenção de investir no Estado, mas o governo não revelou detalhes dos projetos.
Fonte: Empresas citadas e site: Tribuna Online