Nove mulheres fazedoras de cultura se encontraram com a vice-governadora do Estado, Jacqueline Moraes, na segunda-feira (30). O encontro teve a participação de representantes da Secretaria da Cultura (Secult) e do gabinete da Vice-Governadoria. A reunião faz parte do programa Agenda Mulher e tem o objetivo de potencializar os projetos culturais realizados por mulheres. O secretário de Estado da Cultura, Fabricio Noronha, também participou da reunião.
Ao abrir o encontro, Jacqueline Moraes, destacou o fato de a Secult buscar a equidade de gênero como instrumento de fomento à cultura no Espírito Santo. “É com muita alegria que vejo essas mulheres tendo oportunidade de vencerem as desigualdades e as dificuldades da pandemia, aproveitando as políticas públicas direcionadas à mulher, que a Secult tem desenvolvido. Um trabalho admirável em prol do aumento da participação feminina em editais e projetos”, disse.
E prosseguiu: “a minha expectativa é que aumente o número de mulheres selecionadas para que possamos ver mais mulheres exercendo papéis de liderança na cultura e produzindo, com resultados para a comunidade, como estamos vendo hoje aqui nos projetos apresentados que reforçam o papel de destaque e contribuem para a autonomia e empoderamento feminino. Vejo que sendo mulheres, nós precisamos ampliar nossas parcerias buscando a pluralidade e a diversidade cultural existente em todo o Espírito Santo, por isso, o Programa Agenda Mulher se abre para ajudar a ampliar ainda mais a capacitação de agentes culturais e formação de novas profissionais da cultura.”
Novas reuniões com outras mulheres fazedoras de cultura estão previstas para este mês. Os 32 projetos que participam das reuniões foram contemplados pelos Editais do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura) ou pela Lei Aldir Blanc. Eles foram selecionados para as agendas por serem realizados por mulheres e terem o empoderamento feminino em seu cerne, estando, portanto, no recorte do Agenda Mulher.
Conheça projetos
A produtora e grafiteira Camila Gonçalves Correa, proponente do projeto “Residência Mulheres Urbanas”, trouxe uma preocupação com a acolhida da maternidade em eventos de Graffiti. Camila contou a história de seu projeto de Residência, mas fez questão de ponderar que é preciso dar acesso a mulheres mães por meio de ações como a existência de um fraldário e de recreação para filhos em eventos que querem mães artistas participando.
https://www.instagram.com/residenciamulheresurbanas/
A dramaturga e diretora de teatro Nieve Matos, coordenadora do coletivo Elas Tramam e dos projetos por elas e outras e Escute as Manas, lembrou que o seu projeto teve início em uma busca no Google. O site de buscas corrigia a palavra dramaturga para o masculino, dramaturgo, e o coletivo Elas Tramam tem o papel de mudar esse cenário, e hoje conta com 27 mulheres produzindo dramaturgias e potencializando as narrativas de outras mulheres.
https://www.instagram.com/elastramam/
A cineasta e produtora Ursula Dart, que além de apresentar “Retratos de Mulheres” e “Mulheres na Música Erudita” contou sobre filmes que ainda estão em fase de desenvolvimento e trazem a temática do feminino. Um deles fala sobre mulheres agricultoras, outro sobre a vida íntima de uma garota de programa.
https://www.instagram.com/ladart.filmes/
A proponente Ana Gabriela Nogueira Moreira, da itinerância feminina da Mostra mulheres no cinema foi representada pelas produtoras Lucia Caus e Larissa Delbone, que também participam da execução da proposta e contaram que há mais de 20 anos priorizam trabalhar com profissionais mulheres na execução do Festival de Cinema de Vitória. A Mostra de Mulheres é um desdobramento do evento.
https://www.instagram.com/festivaldecinemadevitoria/
A professora Daniela Barreto Andolphi é coordenadora do Coletivo Nísia, e contou um pouco da história do Slam (competição de poesia falada) realizado por mulheres no bairro Terra Vermelha, em Vila Velha e de seu projeto “Pelo grito que o mundo precisa”. Daniela acredita que “não é a Literatura que está mudando a periferia, mas a periferia quem está mudando a literatura”.
https://www.instagram.com/coletivonisia/
Gabriela da Cunha Brasil, do podcast Mulheres em ação conta histórias de mulheres que trabalham com impacto social. Ela disse que a possibilidade de executar os podcasts, conquistada por meio da Lei Aldir Blanc, foi fundamental para que ela tivesse coragem de se assumir comunicadora e apresentadora, além de dar a chance de conhecer grandes mulheres.
https://www.instagram.com/natrilhapc/
Marilene Aparecida Pereira contou a história do Coletivo Afoxé, que resgata tradições do samba e dá protagonismo às mulheres. Ela é a realizadora do ”Seminário Somos todas Tereza”, que reuniu pesquisadoras e ativistas sociais para discutir Interseccionalidade e dar visibilidade ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.
https://www.instagram.com/somostodasterezas | https://www.instagram.com/coletivoafoxees/
A artista Yasmin Nolasco está em fase de pesquisa para produção do documentário “O Caso Araceli: O Machismo Como Principal Suspeito”. Ela defende que casos trágicos como esse e o da menina Thainá acontecem dentro de um contexto machista que culpa principalmente as mães, muitas vezes tirando os reais culpados – os criminosos – do foco. Yasmin trata a história como um problema social.
https://www.instagram.com/yasminolascof
Acesse o documento| Gênero e Cultura: A Participação de Mulheres nas Políticas Culturais do ES