Devido ao cancelamento da 73.º edição do Festival de Cannes por causa da pandemia do coronavírus, Thierry Frémaux, numa entrevista exclusiva ao Screen Daily, falou como se sente na véspera do que devia ter sido a semana do festival, marcada originalmente para maio.
Frémaux, que está presente no festival há 35 anos, sente-se calmo, apesar de nostálgico e divulgou os seus planos para seleção oficial de Cannes 2020. “Devido às circunstâncias, a possibilidade de uma edição presencial do festival de Cannes em 2020 é difícil de contemplar, por isso vamos ter de fazer algo diferente”, diz o diretor. Irá então ser divulgada uma lista de todos os filmes que deveriam ter estado nesta edição no início de junho e estes irão estrear nos cinemas quando possível. No entanto, avisa que os filmes desta lista não estarão elegíveis para a edição de 2021, a seleção para os do próximo ano volta ao normal, apenas filmes que tenham estreado nas salas de cinema entre setembro de 2020 até à primavera de 2021.
Curiosamente, desde 1949, Cannes apenas foi cancelado uma vez, na Segunda Guerra Mundial. O vírus SARS fez Frémaux pensar que o festival poderia vir a ser cancelado, mas essa preocupação não é comparável com a que ele sentiu nestes meses. Este medo foi partilhado por todos os festivais de cinema internacionais e poderá mesmo vir a haver colaborações entre eles. Cannes irá definitivamente participar no festival de cinema de Zurique e de Toronto e no de Veneza vão apresentar filmes juntos. Vai ser divulgada informação adicional em junho.
Frémaux também quer ajudar a indústria fílmica nos próximos meses difíceis, afirmando que “o anúncio da morte do cinema não é nada de novo (…) Quando o cinema foi inventado tornou-se claro que ninguém consegue viver sem ele”, dando a entender que a sétima arte vai voltar devagarinho ao que era. Deixa-nos também a esperança de o cineasta Spike Lee integrar o júri do festival em 2021, uma boa notícia para ajudar a ultrapassar estes meses difíceis e nas palavras do diretor “estamos a preparar um Cannes fabuloso”.
“Recebemos imensas mensagens do mundo inteiro e suspeito que iremos receber ainda mais durante esta semana. Toda a gente dá os parabéns ao festival pela força das suas convicções, pela clareza nas suas posições e na defesa dos seus artistas e filmes. Quando voltarmos a ver toda a gente, vai haver uma grande festa.”, afirmou o director. fonte: comunidadeculturaearte /portaldenoticias24horas