Período de férias e de Carnaval registra aumento de demanda e baixa procura para doação, afirma a coordenadora Belissa Sossai
A demanda por doação de sangue é uma constante nos hemocentros do país, e no Espírito Santo não é diferente. No Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado, o Hemoes, localizado em Maruípe, Vitória, o número de doadores costuma cair em meses como dezembro, janeiro e até fevereiro, por conta do período das férias e também do Carnaval.
De acordo com a médica Belisa Sossai, coordenadora da triagem clínica do Hemoes, é justamente nesses meses que a demanda por sangue aumenta. “Quando a gente fala de doação de sangue, a gente fala de uma necessidade contínua, ao longo de todo o ano. Porém, a gente percebe claramente uma queda de doações nesse período. A gente faz um apelo ainda maior nesse período em que as doações diminuem e a demanda dos hospitais aumenta porque as pessoas viajam mais, tem mais carros na estrada e consequentemente mais acidentes”, ressalta.
O ideal, segundo Sossai, seria ter todos os dias no Hemoes de 120 a 130 candidatos a doação, para que pelo menos 100 doações fossem efetivadas, totalizando 3 mil doações por mês. “Hoje a gente não consegue atingir esse número e ficamos abaixo do ideal. (… ) Às vezes, a gente não chega nem a 2 mil doações por mês, o que atrapalha bastante a nossa organização com relação ao abastecimento dos hospitais”, lamenta.
Como doar?
Para fazer a doação no Hemoes, a pessoa pode fazer o agendamento on-line pelo site ou ir diretamente ao centro. No site do Hemoes ainda há informações a respeito de campanhas de coletas externas que são feitas em parceria com empresas, igrejas, entre outras entidades. Algumas pessoas podem ter um impedimento definitivo ou temporário para doar sangue. Confira aqui a lista completa e os respectivos prazos de quarentena.
https://hemoes.es.gov.br/captacao-de-doadores
https://hemoes.es.gov.br/quem-pode-e-quem-nao-pode-doar
Após o cadastramento do possível doador na recepção, ele passa pela fase de triagem clínica. É feita uma avaliação das condições de saúde do candidato e uma entrevista para coletar informações para garantir a segurança de quem vai doar e de quem vai receber o sangue.
Contudo, nem todo o sangue coletado é utilizado, porque ainda precisa passar por testes. “Se a gente identificar qualquer coisa no sangue do doador que possa ser um risco para quem vai receber, ele não é utilizado e o doador é convocado para vir aqui passar por um atendimento médico em que outras questões vão ser investigadas e esclarecidas”, salienta.
Quem esteve no Hemoes nesta segunda-feira (27) foi Devandro Munaldi, 20 anos, estudante de Ciência da Computação. Ele conta que é doador recorrente desde os 18 anos e que considera todo o procedimento rápido, simples e seguro.
“É uma ação incrível. Você perde só um tempinho da sua vida para salvar muitas vidas. (…) É algo bem simples, você preenche a ficha, recebe umas dicas do que tem que fazer, e é atendido pelo médico que vai pegar seu peso, temperatura e vai fazer algumas perguntas simples. Depois toma dois copos d’água, que eles sempre pedem. Em seguida, senta na cadeira e as meninas vão te acompanhar até o final da doação. Nada de mau vai acontecer com você”, garante.
O que é preciso para doar
- Ter idade entre 16 e 69 anos
- Pesar mais de 50 quilos
- Estar em boa condição de saúde
- Levar um documento oficial com foto
Algumas recomendações
- Não estar em jejum
- Fazer refeições leves no dia da doação, evitando alimentos gordurosos
- Aumentar a ingestão de líquidos
- Não consumir bebidas alcoólicas nas 12 horas que antecedem a doação