Fernanda Pereira tinha 23 anos. O tio da vítima também foi baleado e, para não morrer, se escondeu no meio da vegetação próxima ao local do crime
“Eu me ajoelhei na frente dele e pedi para que ele não atirasse mais”. O relato é da namorada de Fernanda Pereira, 24 anos, assassinada a tiros, no inicío da tarde de sábado, 05, no bairro Jacarandá, interior de Guarapari-ES. O crime aconteceu por volta de 13h.
A autônoma, que tem a mesma idade de Fernanda, presenciou o momento em que a companheira foi baleada. O suspeito de cometer o crime é o irmão da vítima, que antes do disparo tentou, segundo a testemunha, feri-los com golpes de facão. Fernanda e o irmão travavam uma batalha judicial pelo sítio da família. Em entrevista à equipe de reportagem, a namorada de Fernanda contou como tudo aconteceu.
“A gente foi lá pra dar uma olhada (no sítio), até por que ela era inventariante do processo que está correndo e ela queria saber a situação do sitio, se estava sendo bem cuidado. A gente foi lá na paz, sem querer confusão, sem querer tumulto, sem querer briga com ninguém. Quando a gente chegou, fomos para um lugar mais afastado, eu e o tio dela, para tentar fazer uma ligação”, conta.
“A gente foi lá pra dar uma olhada (no sítio), até por que ela era inventariante do processo que está correndo e ela queria saber a situação do sitio, se estava sendo bem cuidado. A gente foi lá na paz, sem querer confusão, sem querer tumulto, sem querer briga com ninguém. Quando a gente chegou, fomos para um lugar mais afastado, eu e o tio dela, para tentar fazer uma ligação”, conta.
Foi quando estavam retornando que o tio e a autônoma ouviram gritos e confusão. Ela disse que irmão da vítima estava com um facão na mão e, por isso, pediu ao tio de Fernanda que corresse para tentar apaziguar a situação.
“Aí, ele soltou o facão. O tio dela pegou o facão e falou que se ele fosse homem viria pra cima dele, mas sem facão. Ele foi para dentro de casa. Ele pegou a arma, foi muito rápido e já voltou. Como ela estava de frente para a porta, tomou o primeiro disparo na barriga e ele também acertou o tio dela várias vezes. Aí eu me ajoelhei na frente dele e pedi para que ele não atirasse mais”, lembra emocionada.
A companheira de Fernanda ainda tentou socorrer tio e sobrinha baleados, mas o suspeito teria escondido a chave do veículo. Ela correu até uma propriedade vizinha, para buscar ajuda, pra ligar, mas eles negaram. A única saída, segundo ela, foi fugir pelo meio do mato.
“A gente teve que andar um pedaço bem grande até chegar em um bar e lá o pessoal ajudou. Eu fiz uma ligação para uma pessoa que conseguiu me ajudar e a gente pegou carona com um homem desconhecido. Ele deixou a gente numa rua. A gente ficou esperando a viatura”.
Quando retornou ao local com a polícia, notou que a namorada havia sido atingida mais vezes.
A perícia encontrou sete perfuração no corpo de Fernanda. Já o tio, durante a confusão para tentar defender a sobrinha, foi baleado cinco vezes.
A autônoma contou ainda que a Fernanda chegou a registrar inúmeros boletins de ocorrência contra o próprio irmão. E que, atualmente, existe uma briga entre ela e os irmãos pelo sítio, por herança.
“Deveria ter uns três, quatro meses que ele estava morando no sítio. Uma advogada tinha entrado com uma petição para pedir que ele desocupasse , né? E ele não deixava ninguém chegar lá. Ele estava tomando conta de tudo, mas ao mesmo tempo não estava tomando conta de nada por que o sítio estava largado e a Fernanda cresceu naquele lugar”, disse.
Entenda o caso
Em um primeiro momento, o acionamento da polícia indicava que pessoas teriam invadido o local e que para defender o espaço, os suspeito reagiu usando um facão e uma arma de fogo.
Porém, quando a polícia chegou, Fernanda e o tio já tinham sido socorridos para a Unidade de Pronto Atendimento de Viana. Por causa da gravidade dos ferimentos, o tio precisou ser transferido com urgência para um hospital de referência em Vitória.”
Namorada soube pelo rádio da polícia que a companheira havia morrido
Ainda de acordo com a namorada da vítima, três viaturas atenderam a ocorrência. Chegaram a retornar ao sítio onde a polícia fez as primeiras apurações da ocorrência.
“A polícia entrou, conversou, averiguou o local todo e depois de um longo tempo, uma meia, eles levariam eu e a mãe dela para o DPJ, só que no meio do caminho a gente ouviu pelo rádio da polícia que ela tinha vindo a óbito. A mãe dela passou, mal desmaiou”.
O que diz a polícia
O autor dos disparos fugiu e não foi localizado. A Polícia Civil informou que o caso seguirá sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Guarapari.
O corpo da mulher foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, para ser necropsiado e, posteriormente, liberado para os familiares.
A população pode denunciar através do Disque-denúncia (181) qualquer tipo de irregularidade, ilegalidade ou repassar informações que ajudem as polícias na elucidação de delitos ou infrações. A ligação é gratuita e pode ser realizada em qualquer município do Estado. fonte: site folhavitoria