Aulas gratuitas para profissionais de dança chegam ao quinto e último mês
As aulas gratuitas para profissionais de dança oferecidas pelo festival internacional Dança em Trânsito completam cinco meses consecutivos e se encerram em outubro trazendo diferentes propostas apresentadas pelas coreógrafas AnaVitória, radicada em Portugal, Camila Fersi, Carolyna Aguiar, Esther Weitzman e a alemã Stephanie Thiersch.
Sempre às sextas-feiras, as aulas têm duração de 1h30 e são gratuitas e online, mediante inscrição. Para participar é necessário enviar um breve currículo, de até três linhas, para o email [email protected]. Algumas aulas serão disponibilizadas para o público no canal do YouTube do Espaço Tápias.
A 19ª edição do Dança em Trânsito começa em 6 de novembro e segue até 18 de dezembro em formato híbrido, presencial e online, envolvendo 23 cidades de nove estados das cinco regiões do país. Mais informações serão divulgadas à frente. Apresentado pelo Ministério do Turismo, o festival internacional é apresentado e patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, Banco do Brasil e Engie.
O mês será aberto com a coreógrafa e bailarina AnaVitória, radicada em Portugal, que no dia 1º de outubro apresenta um conjunto de técnicas que foram criadas pela bailarina e mestra de dança contemporânea Angel Vianna, figura fundamental na cena brasileira desde a década de 50. “O acontecimento aula do papel criado por Angel em 2002 é mais uma mostra de como o advento da arte contemporânea se revela cada vez mais inesgotável e surpreendente”, destaca a coreógrafa. Neste encontro, os jogos corporais e a conscientização do corpo sensível são ativados em sua multissensorialidade a fim de se chegar a um corpo presente e vibrátil, onde tônus muscular e afetivo sejam convocados para se criar novos estados de presença do performer-bailarino-intérprete.
No dia 8, Camila Fersi faz uma oficina de improvisação, que promove um compartilhamento de táticas sobre produção de danças e dramaturgias através da Improvisação e sua relação com os dispositivos tecnológicos. Esta aula está inserida no contexto pandêmico mundial e, portanto, lida com as condições de cada participante estar em um lugar e de serem mediados por suas câmeras, como condição dramatúrgica ou performativa. A aula acontece através de breve conversa sobre roteiros de improvisação e parte para a experimentação e criação de roteiro instantâneo que será dançado/performado por todos.
Para o encontro virtual com profissionais no dia 15, a alemã Stephanie Thiersch está propondo uma aula de pesquisa e composição voltada para uma reflexão sobre o corpo e a imagem. Composições baseadas em visuais do cotidiano, nas representações de corpos em ambientes urbanos, como através da publicidade. Os alunos lidarão com Tableaux Vivants (pinturas vivas) como uma forma de arte coreográfica.
Carolyna Aguiar preparou para a aula do dia 22 um trabalho de potência e entrega, iniciado com uma série simples de exercícios para liberar as articulações. Na Série do butô, os movimentos trabalham e condensam a força no centro do corpo, força usada para se recuperar e curar. Na Caminhada zen, alinha-se a respiração com o movimento, pausas da respiração e equilíbrio. E por fim, um improviso com música.
Dança e Criaçãoé a aula de encerramento, no dia 29, com a coreógrafa, professora, bailarina e preparadora corporal Esther Weitzman. Ela criou a sua Companhia de Dança em 1999, firmando-se como coreógrafa no cenário da dança brasileira com vários prêmios e indicações recebidas. Especialista em Arte e Filosofia (PUC/RJ, 2006), formada em dança pela Escola Angel Vianna. Suas últimas criações foram As Histórias Que Inventamos Sobre Nós, Dançar (não) é preciso, Jogo de Damas e O tempo do meio. Fundou, em 1992, o famoso Studio Casa de Pedra – Centro de Educação e Arte do Movimento, sede da sua Companhia de Dança. Integra o corpo docente do Curso de dança da Faculdade Angel Vianna.
BIOS
AnaVitória é Pós Doutora em Artes da Performance (Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa – Portugal) e PhD. em Artes – Performances do Corpo pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO/Brasil). Coordenadora Adjunta do Mestrado Profissional em Dança na contemporaneidade – PPGPDAN da Faculdade Angel Vianna e do Curso de Pós-Graduação em Preparação Corporal para as Artes Cênicas – FAV/Brasil e Investigadora colaboradora pelo Inet-MD (FMH-UL-Portugal), Sens-Lab (Canadá) e NEPAA (Núcleo de estudos da Performance Afro-Ameríndia – Brasil). A partir 2018 passa a residir em Portugal aonde segue desenvolvendo seu trabalho artístico-pedagógico sobre poéticas autoperformativas. Coreógrafa premiada; Prêmio Melhor Coreógrafa APCA – 1997, Prêmio MAMBEMBE de Melhor Coreógrafa – 1998 e Prêmio RIO DANÇA -1999, entre outros, tem seu trabalho reconhecido no Brasil e no exterior, e conta do seu repertório mais de 30 obras coreográficas e performáticas, entre os seus solos como intérprete-criadora e espetáculos para Cias e Grupos de dança. Suas criações autorais levaram companhias brasileiras e estrangeiras a convidá-la para criar e remontar suas obras coreográficas.
Camila Fersi é artista da cena, pesquisadora das dramaturgias contemporâneas e professora de dança. Mineira, residente no Rio há 18 anos, já atuou, como bailarina e assistente de direção, com diversos diretores/coreógrafos. É artista residente do Centro Coreográfico do Rio; curadora da Mostra 69 e da Monstra. Seu projeto mais recente é o Campo Aberto, encontro de Improvisação e Composição, ação contínua durante o período pandêmico, que mobiliza artistas e não artistas na produção de dramaturgias sociais e artísticas.
A diretora e coreógrafa Stephanie Thiersch vê seu trabalho coreográfico em um contexto mais amplo de pesquisa de movimento interdisciplinar, que inicialmente incorpora novas mídias e artes visuais, e atualmente principalmente música no pensamento coreográfico. Os dançarinos de sua companhia diferem explicitamente em origem e estilo de dança e são relativamente livres interpretando as partituras de Thiersch muitas vezes visuais. A música e sua relação com o movimento desempenham um papel fundamental na criação de suas peças. Ela, portanto, entra em alianças artísticas intensas com compositores e músicos (Brigitta Muntendorf, Asasello Quartet, Les Siècles Orchestra ou DJ Elephant Power, Dodo NKishi) e cria a linguagem coreográfica com ideias específicas para palco, figurino e iluminação. O estilo consistentemente híbrido das peças é bem representado em turnês ao redor do mundo (América do Sul, Leste Asiático, Japão, África, Europa), na Alemanha regularmente em, por exemplo, tanzhaus nrw, Tanz im August Berlin ou em Théatre de Nimes na França.
Atriz, bailarina, preparadora corporal, performer e produtora cultural, Carolyna Aguiar
é formada na Escola e Faculdade Angel Vianna de Dança Contemporânea, em várias modalidades de Hatha Yoga e recém-formada na Estar, Escola da Técnica Alexander do Rio de Janeiro. Atua no teatro e na televisão desde 1988. Foi dirigida por grandes nomes, como Sérgio Britto, Domingos de Oliveira, Paulo José, Mauro Rasi, Luiz Arthur Nunes, Eduardo Wotzik. Em 1993 ganhou 2 prêmios de atriz revelação por sua atuação na novela Fera Ferida de Aguinaldo Silva. Dançou no espetáculo “Terras” na Companhia de Esther Weitzman, eleito o melhor espetáculo de dança contemporânea do Rio de Janeiro em 1999/2000. Como produtora idealizou, realizou e atuou em diversos projetos: A peça infantil “O conto da ilha desconhecida” de José Saramago, direção e adaptação de Bel Kutner e Maria Clara Mattos, em 2008. Por esse trabalho foi indicada ao prêmio de melhor atriz de teatro infantil e a peça recebeu os prêmios Zilka Salaberry de melhor direção e trilha sonora. O filme “Meus dois amores” de José Carvalho, adaptado de um conto de Guimarães Rosa, com direção de Luiz Henrique Rios, em 2015.
SERVIÇO:
Aulas de Dança Contemporânea / Manutenção para profissionais de dança e artes cênicas
PROGRAMAÇÃO DE OUTUBRO (sempre às sextas)
01/10 – Aula do papel, com AnaVitória (Portugal)
08/10 – Oficina de improvisação, com Camila Fersi (Brasil)
15/10 – Pesquisa e composição, com Sthephanie Thiersch (Alemanha)
22/10 – Preparando o corpo para a performance e despreparando-se para estar presente, com Carolyna Aguiar (Brasil)
29/10 – Dança e Criação, com Esther Weitzman (Brasil)
Horário: 13h30 às 15h, na plataforma Zoom
Inscrições: envio de currículo (3 linhas) para o email [email protected]
Apresentado por:
MINISTÉRIO DO TURISMO
Apresentado e Patrocinado por:
INSTITUTO CULTURAL VALE
BANCO DO BRASIL
ENGIE
Realização:
ESPAÇO TÁPIAS
SECRETARIA ESPECIAL DE CULTURA
MINISTÉRIO DO TURISMO
GOVERNO FEDERAL – PÁTRIA AMADA BRASIL
Dança em Trânsito
Criado em 2002, o Dança em Trânsito é um festival internacional de dança contemporânea que tem por objetivo valorizar, promover e democratizar esta expressão artística, seja pelo intenso intercâmbio entre artistas e companhias do Brasil e do exterior, como também pela itinerância, percorrendo desde as grandes cidades até pequenas localidades no interior do Brasil, em teatros ou espaços públicos. Sua atuação abrange ainda residências artísticas, com oficinas de criação, e workshops, abrindo canais para novos talentos da dança, e a formação de plateias, estimulando o interesse pelas artes e pela dança. O festival é parte do projeto Ciudades Que Danzan, que reúne 41 cidades em diversas partes do mundo com o intuito de difundir a dança contemporânea. Desde a sua criação, o Dança em Trânsito já realizou mais de 650 apresentações de dança contemporânea, abrangendo 103 companhias nacionais e 59 internacionais, de 18 países, passando por 26 cidades no Brasil e no exterior, para um público de mais de 48 mil pessoas. A edição 2020, 100% online, envolveu 739 participantes de 68 cidades e 18 países, com um total, entre transmissões e redes sociais, de mais de 170 mil acessos.