Muros e casas de Porto Grande, Maimba e Meaípe ganham vida pelas mãos do artista
por Basílio Machado
Apaixonante, surpreendente e impactante. Essas são as impressões que se tem quando nossos olhos despercebidos se deparam com os desenhos e pinturas do jovem Wallison Almeida. Suas gravuras, de extremo realismo, mas cheias de ternura, têm chamado a atenção nas redes sociais e, principalmente, nas comunidades de Porto Grande, Maimba e Meaípe, em Guarapari, onde sua arte pode ser vista em muros e fachadas das casas e pousadas.
Wally, como é mais conhecido, mal completou 18 anos e já reservou lugar no panteão dos artistas plásticos capixabas. Autista e autodidata, incentivado pelo pai, começou a desenhar aos quatro anos nas areias da praia de Anchieta, as mesmas que um dia tiveram gravadas as poesias do eterno São José de Anchieta. Diz-se que as mãos do santo foram guiadas por Deus. Se assim for, é possível que o beato tenha retribuído abençoando as do Wally.
Reminiscências religiosas à parte, a verdade é que Wally tem feito a alegria da comunidade de Porto Grande, que pretende tocar um projeto de embelezamento do bairro com as pinturas do jovem autista, ou melhor, artista. Esse “U” do verbete seria apenas uma travessura semântica do destino.
Algumas casas e pousadas da comunidade já receberam suas pinturas. É o caso do Camping Porto Grande, que tem aproveitado a inspiração de Wally para repaginar seus chalés. “Ele tem um dom especial, temos que incentivá-lo, Porto Grande só tem a ganhar com isso” – revela a empresária Claudia Marins.
Para Wally, a arte de desenhar é motivo de alegria. “Me dá ânimo, porque sinto que meus desenhos têm vida”. Mais simples e direto, impossível. Além de muros e paredes, Wally também trabalha com tela e papel. Sua obra pode ser conferida no Intagran (@wally.almeida), perfil administrado pela incentivadora cultural Tania Vivácqua.