O mês de julho chegou e com ele a baixa umidade, entre outros fatores que contribuem para aumentar a incidência de um problema que afeta milhares de brasileiros: a síndrome de olho seco.
Para alertar a população sobre o problema, em julho do ano passado, a Associação dos Portadores de Olho Seco (APOS) e a Tear Film Ocular Surface Society (TFOS) instituíram o mês como “Julho Turquesa”. Impulsionados também pelo aumento considerável de casos durante a pandemia, as entidades criaram a data como forma de alertar sobre hábitos prejudiciais do isolamento social, como ficar mais tempo em frente ao computador, por exemplo.
“Essa doença é um reflexo da nossa atualidade”, explica uma das maiores especialistas no tema, no Espírito Santo, a oftalmologista Liliana Nóbrega. Segundo ela, principalmente nestes tempos de Covid-19, cresceu o uso de telas, o que implica em uma das principais causas do olho seco. Mas há ainda outros agravantes, como abusar do ar condicionado, ter transtornos nas pálpebras, usar lentes de contato, estar na menopausa ou com doenças reumatológicas.
A atenção da especialista à doença é tanta que ela foi a primeira no Brasil a receber, no mês passado, um dos mais modernos equipamentos para diagnóstico do olho seco do mundo: o Videoceratografia Tearcheck, da empresa francesa ESW Vision. “Esta ferramenta criou um novo padrão para diagnosticar a doença. Ela permite, entre outras inovações, registrar os micro-movimentos do filme lacrimogêneo, dar uma pontuação exata de secura dos olhos e relevar se há riscos de inflamação. São novas possibilidades de avaliação que vieram revolucionar esse tipo de tratamento”, afirmou.
Para ela, a instituição do Julho Turquesa veio num momento especialmente oportuno. “A síndrome do olho seco precisa ser levada a sério, sobretudo diante desse aumento no número de casos. Se a doença não for diagnosticada e tratada corretamente, pode provocar lesões na superfície ocular e progredir para sintomas permanentes e sérios comprometimentos da visão”, finalizou.
Mais sobre a Síndrome do Olho Seco:
Causas: a doença surge a partir da lubrificação inadequada da superfície dos olhos devido à má qualidade ou quantidade insuficiente de lágrima.
Sintomas: por conta da disfunção lacrimal, a região ocular pode sofrer com ardência, vermelhidão, embaçamento e sensação de secura e/ou de corpo estranho nos olhos.
Para evitar a doença:
1. Utilizar colírios lubrificantes indicados por oftalmologista;
2. Hidratar-se diariamente com cerca de dois litros de água;
3. Fazer pequenas pausas enquanto estiver em frente a telas, como celular ou computador;
4. Evitar ambientes com ar-condicionado e usar umidificadores de ar;
5. Procurar piscar os olhos com mais frequência.
Diagnóstico: consultas e equipamentos ajudam o oftalmologista a diagnosticar o problema. O Videoceratografia Tearcheck, disponibilizado com exclusividade no Estado na Clínica Oftalmocenter, é considerado tecnologia de ponta na atualidade.
Tratamento: varia conforme o estágio da doença. Geralmente, no início, o oftalmologista receita colírios lubrificantes. Em quadros mais graves, entretanto, pode ser necessária a utilização de outras medicações via oral ou até mesmo terapia de luz pulsada e procedimentos cirúrgicos.