Weliton da Silva Dias morreu após ser baleado por PM em Vitória-ES
A Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) do Espírito Santo determinou que o policial militar que matou Weliton da Silva Dias, de 24 anos, na noite do último sábado (2), em Vitória-ES, seja afastado de suas funções operacionais e tenha a arma recolhida durante a apuração do caso.
O vídeo de uma câmera de segurança mostra o momento em que Weliton foi baleado no peito pelo PM. As imagens mostram a vítima em um beco quando o PM chegou e atirou mesmo depois do homem levantar os braços.
Atingido por dois disparos no peito, Weliton não resistiu aos ferimentos e morreu ao dar entrada no Pronto Atendimento (PA) de São Pedro.
Outro policial, suspeito de atirar na mesma noite em um barbeiro de 23 anos que tentou ajudar Weliton, também será afastado de suas funções.
De acordo com secretário de Segurança Pública, coronel Márcio Celante Weolffel, os dois policiais serão investigados por meio de um inquérito policial militar.
“Nós determinamos ao comandante-geral da PM a instauração de um inquérito policial militar para averiguação e investigação de todas as circunstâncias do fato ocorrido na data de ontem e o recolhimento das armas dos policiais militares e o afastamento preventivo cautelar das atividades operacionais”, disse o secretário em vídeo divulgado na tarde deste domingo (4).
O barbeiro baleado contou que chegava em casa do trabalho quando foi atingido na perna por um disparo feito pelo outro PM.
“Fui em direção ao acontecido e não cheguei nem perto do local. Foi quando um policial botou a mão no meu peito, tentou me dar uma coronhada e eu tirei a mão dele e perguntei se ele estava doido, ele pegou e atirou na minha perna. Chegando do serviço e trabalhando a semana toda pra chegar em casa e tomar um tiro de graça”, disse.
Ainda de acordo com o secretário de Segurança Pública, o prazo para que as investigações sejam concluídas é de 60 dias.
“Toda morte é lamentável. Dentro do Programa Estado Presente nós buscamos a preservação da vida e a redução no número de homicídios”, declarou o secretário.
Weliton era casado há nove anos e tinha um filho de seis anos. Ele trabalhava como ajudante de pedreiro. Segundo a família, ele chegou a ter envolvimento com o tráfico de drogas.
De acordo com a Sesp, Weliton tinha oito passagens pela polícia, entre os anos de 2012 e 2019, por crimes como porte ilegal de arma de fogo, ameaça, desacato ou resistência à ação policial e tráfico de entorpecentes.
A Polícia Civil informou que o caso será investigado pelo Serviço de Investigações Especiais (SIE) do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e detalhes da investigação não serão divulgados por enquanto.
Os nomes dos policiais envolvidos na ocorrência não foram divulgados.