Fiéis lotaram a igreja Matriz São Pedro Apóstolo de Venda Nova do Imigrante, na região serrana do estado, para participar da missa em homenagem aos 150 anos da imigração italiana.
A celebração, em italiano, contou com a apresentação de dezenas de vozes. O coral sob regência do maestro Inarley Carletty, emocionou os participantes, na última quarta-feira (21).
A missa foi presidida pelo pároco, padre Cristian Vieira Batista que, em sua homilia, destacou a fé dos imigrantes. “Estamos exaltando, nesta celebração, o Deus que acompanhou os imigrantes em suas travessias marítimas rumo às nossas terras”, afirmou.
Vestidos com trajes típicos italianos, os ítalo-descendentes coloriram de verde, branco e vermelho o corredor central da matriz. Durante o ofertório, a história da colonização foi contada através de equipamentos e ferramentas usados pelos imigrantes e, ofertados no altar.
Após a celebração, foi realizado o tombo da polenta, ao lado da Matriz. Os festejos contaram ainda com apresentações de grupos de dança Granello Giallo, Trevisani Nel Mondo, Circolo Trentino e Cantarola Italiana.
Cercada de muita animação e descendentes ávidos por fazer um registro do momento tão aguardado, a polenta tombou e representou com a gastronomia a imigração italiana no Estado.
O momento foi disputado, e um dos convidados para fazer o tombo foi o padre Cristian. Um reconhecimento justo ao sacerdote natural de Iúna que, presidiu toda celebração festiva na língua dos imigrantes.
Logo após o tombo da polenta, a comemoração foi do jeito que o italiano gosta: muita música, polenta na chapa com açúcar e canela e uma deliciosa macarronada.
• A chegada dos imigrantes italianos
Em 1874, chegaram 388 imigrantes italianos ao Porto de Vitória no navio La Sofia. Eles foram contratados pelo fazendeiro Pietro Tabacchi. O empreendimento Montes Palmas, porém, não prosperou.
Enquanto alguns imigrantes foram para Região Sul do país, outros ficaram no Espírito Santo, se instalando na “Colônia Imperial de Santa Leopoldina”, no Núcleo de Timbuhy, onde, atualmente, fica o município de Santa Teresa. Venda Nova começou a ser colonizada por volta de 1892, basicamente por imigrantes italianos.
A comunidade conserva traços fortes da cultura dos mesmos, principalmente o espírito comunitário e progressista, manifestados em 1922 com a construção da primeira escola, a instalação da linha telefônica em 1925, a criação da Cooperativa Agrária de Lavrinhas (1927) ou mesmo a construção dos primeiros 20 km de estrada em regime de mutirão.
Venda Nova se expandiu mantendo sua identidade sem maiores afluências de estranhos, até que se viu “rasgada” pela BR 262 (Rodovia Presidente Costa e Silva), no ano de 1957, experimentando um crescimento extraordinário, graças ao impulso dado com a ligação com grandes centros, como Vitória e Belo Horizonte.