Cerca de 50 painéis, incluindo dois luminosos, foram instalados em diversos pontos da Grande Vitória e em cidades do interior
A primeira visita presidencial de Jair Bolsonaro ao Espírito Santo nesta sexta-feira (11) será marcada por protestos em outdoors. Cerca de 50 estruturas com dizeres contrários à gestão do governo federal foram instalados em diversos pontos da Grande Vitória e do interior do Estado, principalmente em São Mateus, onde acontece a principal agenda do presidente.
Em Vitória, as manifestações de protesto foram colocadas em pontos estratégicos por onde possivelmente Bolsonaro passará nesta sexta. Um dos pontos é a Avenida Fernando Ferrari, com a mensagem: “O senhor da morte chefiando o país’.
Um total de 200 pessoas apoiou a ação. Todos os cartazes foram financiados por grupos de pessoas anônimas, moradores, apartidários, centrais sindicais e movimentos contrários a Bolsonaro. Grande parte dos valores foram arrecadados por meio de vaquinhas virtuais.
Os painéis fazem menção ao número de mortes causadas na pandemia, a falta de vacinas e pedem também o impeachment do presidente.
Segundo a moradora de Vitória Ivana de Mingo, a ideia do protesto surgiu em meio a uma conversa entre amigos.
Não satisfeitos com as ações de Bolsonaro, eles decidiram demonstrar a indignação por meio dos outdoors, aproveitando a visita do presidente ao Espírito Santo.
“Em momento algum fizemos críticas à pessoa de Bolsonaro. Criticamos o que ele exerce no cargo que ele está. Em nossa arte, não fizemos ataques de xingamento e nada que caracterizasse uma crítica direta a ele. A manifestação é um direito das pessoas, estabelecido na Constituição Federal”, explicou Ivana, se referindo ao outdoor com fundo verde com a mensagem “Cemitérios lotados. Geladeiras vazias. Fora, Bolsonaro”.
De acordo com Ivana, em apenas quatro dias de vaquinha virtual, foram arrecadados cerca de R$ 8 mil. O valor foi usado para o aluguel dos espaços e para a impressão dos cartazes.
Segundo ela, a proposta recebeu o apoio de muitas pessoas que concordam com a ideia.
“São pessoas físicas, que não eu conheço. Não tenho nem como prestar contas disso. Por isso estamos divulgando as fotos dos outdoors instalados para que quem contribuiu possa ver e saber que o resultado está ali. Quando começamos a crescer, outros grupos solicitaram a arte para usar também. São todos voluntários nesta manifestação”, contou.
Com o apoio de outros coletivos, 15 outdoors simples e dois luminosos foram instalados em diversos pontos estratégicos da Grande Vitória.
Posteriormente, grupos ligados às centrais sindicais também colocaram os cartazes no interior do Espírito Santo. Ao todo, são cerca de 50 outdoors que manifestam a insatisfação com o governo.
Protestos durante a visita
Apesar da manifestação demonstrada nos outdoors, Ivana relata que não sabe se haverá realização de manifestações nos locais por onde Bolsonaro passará durante a visita ao Espírito Santo.
Segundo ela, a decisão partiu de uma questão de segurança. “Sempre vemos relatos de ações de violência que acontecem durante protestos, mesmo que silenciosos. Protestar é um direito nosso, mas a resposta é sempre com muita violência e sem respeitar o outro lado”, disse.
A previsão é que alguns grupos realizem um ‘faixaço’, levando faixas com dizeres contrários ao presidente para locais como a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e também na Praia de Camburi, na capital.
Vandalismo
Mesmo com poucos dias de instalação, um dos outdoors instalados pelo grupo foi vandalizado com pichações. Para Ivana, o ato demonstra a falta de respeito com a esfera democrática e com pensamentos contrários.
“O outdoor é um espaço licenciado para comprar e veicular uma propaganda dentro dos limites da constituição. Só estamos fazendo uma comunicação para a sociedade, financiada por mais de 200 pessoas. O conteúdo é de nossa responsabilidade, mas um cidadão se vê no direito de depredar o patrimônio de uma pessoa. Não tem condições de viver nesse clima. O debate deve ser feito com respeito e democracia. Também há outdoor de apoio ao Bolsonaro que sempre esteve no local e ninguém foi lá depredar. O importante é levantar discussão e manter o respeito”, finaliza. fonte: folhavitoria /portaldenoticias24horas