Fruto da parceria do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) com a Associação Junior Achievement do Espírito Santo (JAES), a capacitação Mulheres Empreendedoras foi um sucesso. O projeto contou com aulas sobre diversos temas, incluindo empreendedorismo, mercado de trabalho e educação financeira. Neste mês de dezembro, foram cerca de oito turmas formadas, incentivando mulheres de todo o Estado a empreenderem.
A qualificação é fundamental para que as participantes se mantenham atualizadas sobre o mercado e saibam administrar melhor o próprio negócio. Para isso, é importante que busquem conhecimento a respeito de gestão, círculo de negócios, matriz SWOT e outras temáticas que podem ajudar no avanço das atividades produtivas. O objetivo principal do projeto Mulheres Empreendedoras é fomentar o empreendedorismo feminino, proporcionando conhecimentos necessários para que alavanquem os negócios.
Por trás de cada turma que já passou pela formação, existem histórias inspiradoras de mulheres que superaram as consequências da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) e se reposicionaram no mercado. Além disso, o projeto abraça as mais variadas empreendedoras, desde as que já estão há vários anos no mercado até as que começaram a empreender, mesmo durante a pandemia, como é o caso da Renata Bonela, dona da “Bonela Home Decor”.
Ela atua com decoração e conta que conheceu o Mulheres Empreendedoras, por meio de uma reportagem na televisão, percebendo no projeto uma oportunidade que veio para agregar, principalmente para ela que tem um negócio recente, com nove meses de atuação. A empreendedora afirma que conseguiu levar o negócio dela para frente, porque todos estavam em casa e, com isso, passaram a viver confinados nos mesmos ambientes. Consequentemente, a decoração passou a ser importante para muitas pessoas.
“Antes da pandemia, por não parar em casa, muita gente não dava atenção suficiente ao seu espaço. Estando em casa, começaram a ter outras preocupações, porque era o lugar que elas iriam passar várias e várias horas. Ter um ambiente aconchegante, com itens que remetem à sua essência, começou a ser uma necessidade”, disse Renata Bonela.
Assim como ela, Brunnele Mendes também enfrentou este desafio no início do negócio dela. A proprietária da “X Makes 10” chegou a fechar as portas da loja física, mas investiu em divulgação nas redes sociais e em delivery.
“Apesar de a maquiagem ser um produto muito particular, porque é necessário tocar e testar, nós sempre instruímos os nossos clientes e oferecemos todo o suporte de atendimento para que a experiência seja a melhor possível”, destacou Brunnele Mendes. Ela disse ainda que o negócio dela cresceu além do esperado nos últimos meses, contrariando as estatísticas. Como todos estavam muito ligados nas redes sociais, o foco foi no ambiente virtual. Dessa forma, conseguiu manter o empreendimento dela de pé.
Diferentemente de Renata Bonela e Brunnele Mendes, que estão há mais tempo no mundo dos negócios, Ângela Santos também recorreu ao projeto para aperfeiçoar as práticas de negócios. Responsável pelo “Caldo das Meninas”, a empreendedora está há quase 20 anos no ramo alimentício e conta que o que a motivou fazer o curso foi a necessidade de buscar novos aprendizados.
A pandemia trouxe muito receio, mas à medida que o tempo foi passando, Ângela Santos e a irmã, que também coordena o negócio, perceberam que os clientes não iriam sair de casa para comer devido às medidas de distanciamento social. Então, elas decidiram trabalhar com entregas e não mediram esforços na divulgação. Assim, conseguiram contornar a situação, superando os desafios gerados pelo cenário pandêmico.
A responsável pela inscrição de Ângela Santos no projeto foi a amiga Carla Renata Alves, também empreendedora do mesmo segmento. Gerenciando o “Franguinho Delivery” há pouco mais de um ano, foi durante a quarentena que Carla Alves começou a trabalhar com comida. Ela viu a chance de se reinventar, mesmo em uma ocasião aparentemente desfavorável.
“Empreender foi muito positivo para mim, porque além de contribuir com o orçamento familiar e ter conquistado maior independência financeira, consegui flexibilidade de horário porque trabalho no meu próprio condomínio, atendendo 444 apartamentos. Tem sido um sucesso de vendas e feedback. Fiz o curso para melhorar o meu atendimento e quero atender cada vez mais com excelência”, afirma Carla Alves.
Durante a pandemia, ela e Ângela Santos voltaram a estudar e estão concluindo a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Ambas contaram que após a conclusão pretendem ingressar na faculdade, um sonho que desejam realizar em breve. O projeto Mulheres Empreendedoras, coordenado pelo Bandes e JAES, também foi criado para esta finalidade: estimular que mulheres continuem sonhando. Assim, elas estruturam e dão continuidade aos negócios, sem deixar de olhar para si mesmas e para o futuro, com expectativa positiva.