Pequenas mudanças na rotina podem fazer grande diferença na prevenção da doença
O clima global tem sido afetado de maneira acelerada, por uma série de impactos ao meio ambiente, e os especialistas em meteorologia alertam que 2025 será o ano mais quente da história. Com a proximidade do verão, os brasileiros enfrentarão temperaturas extremas e ondas de calor que exigem ainda mais cuidado com a saúde. Um dos riscos mais evidentes é o aumento na exposição à radiação solar, que está diretamente associada ao câncer de pele.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que o Espírito Santo registre 5.410 novos casos de câncer de pele não melanoma até 2025, atingindo homens e mulheres na mesma proporção. Embora as ações de conscientização, como o Dezembro Laranja, tenham contribuído para a redução dos índices ao longo dos anos, o cenário de calor extremo impõe novos desafios.
Jeferson Lenzi, cirurgião de cabeça e pescoço da Oncoclínicas Espírito Santo, explica que as temperaturas mais altas intensificam a necessidade de proteção. “O calor extremo e o aumento da radiação ultravioleta (UV) podem acelerar os danos à pele. A radiação UV é o principal fator de risco para o câncer de pele, e a exposição prolongada, sem as devidas medidas de proteção, eleva significativamente as chances de desenvolver a doença”, alerta.
Mudanças climáticas e saúde: o impacto em 2025
Pesquisadores da Organização Meteorológica Mundial (OMM) apontam que o verão de 2025 será marcado não apenas por temperaturas recordes, mas também por eventos climáticos extremos, como ondas de calor prolongadas e aumento da radiação solar. Segundo dados apresentados em estudo publicado pelo The Lancet Countdown on Health and Climate Change, as mudanças climáticas estão exacerbando problemas de saúde globais, especialmente aqueles relacionados à exposição solar e à desidratação.
No Brasil, as altas temperaturas previstas para os próximos meses reforçam a importância de medidas de proteção, que devem ser adotadas pela população, especialmente esportistas e trabalhadores que ficam muito tempo expostos ao ar livre.
A combinação de mudanças climáticas e negligência com a proteção solar pode ter consequências graves para a saúde da pele. “Estamos enfrentando um cenário de riscos climáticos sem precedentes, mas pequenas mudanças na rotina podem fazer uma grande diferença na prevenção do câncer de pele. A conscientização e a adoção de medidas simples podem salvar vidas”, conclui o cirurgião.
Dicas práticas para se proteger
Com a chegada do verão mais quente da história, Lenzi destaca as principais ações que devem ser realizadas para prevenir os danos causados pelo sol e minimizar os impactos das ondas de calor:
Mude sua rotina de exposição solar: evite sair entre 10h00 e 16h00, quando a radiação UV é mais intensa. Caso precise trabalhar ou realizar atividades ao ar livre nesse período, redobre os cuidados com a proteção.
Use roupas com bloqueador UV: investir em roupas que possuam proteção UV é uma alternativa eficiente para evitar a penetração dos raios solares na pele. Essas peças são especialmente indicadas para quem passa longos períodos ao ar livre.
Protetor solar é indispensável: escolha produtos com fator de proteção solar (FPS) 30 ou superior e aplique generosamente sobre a pele exposta, reaplicando a cada duas horas ou após nadar ou suar excessivamente. Pessoas de pele mais clara devem dar preferência a FPS 60 ou superior.
Hidrate-se adequadamente: o calor extremo aumenta a perda de líquidos pelo organismo. Mantenha-se hidratado, consumindo água regularmente, mesmo que não sinta sede.
Busque áreas sombreadas: sempre que possível, procure locais sombreados para se proteger do sol direto. Chapéus de abas largas e óculos de sol também ajudam a reduzir a exposição.