A Polícia Civil do Espirito Santo (PCES), por meio da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher (DIV-Deam), prendeu 374 suspeitos de violência doméstica, descumprimento de Medida Protetiva e crimes contra a dignidade sexual da mulher durante a Operação Átria, realizada entre 27 de fevereiro e 28 de março deste ano.
As operações foram realizadas pelas Polícias Civis dos 26 estados e do Distrito Federal. No Espírito Santo, foram 87 detenções por mandado de prisão preventiva, um por mandado de prisão temporária e 286 em flagrante.
A Operação aconteceu em âmbito nacional, comandada pelo Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), e no Estado do Espírito Santo aderida pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), com coordenação operacional Estadual da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher da Polícia Civil, e com a integração da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), por meio da Patrulha Maria da Penha, realizada pela Divisão de Direitos Humanos da Diretoria de Direitos Humanos e Polícia Comunitária da PMES.
A Operação Átria foi realizada com o objetivo de combater a violência contra a mulher em todo Brasil. No Estado, além das prisões, foram realizadas várias ações itinerantes em municípios do interior do Estado, com atendimento às mulheres, palestras em escolas, orientação e diálogo com a população nos municípios sobre a Lei Maria da Penha e o enfrentamento à violência contra a mulher. Os municípios que receberam as ações itinerantes foram: Presidente Kennedy, Castelo, Alegre, Montanha, Nova Venécia, Barra de São Francisco, São Mateus, Rio Bananal, Baixo Guandu e Fundão.
Além das prisões, foram realizadas 314 palestras e cursos e outras ações pedagógicas; 20.985 pessoas foram alcançadas pelas palestras e orientações que foram realizadas pelos policiais nas ruas e comércio, 3.169 vítimas foram atendidas e 421 visitas e diligências da Patrulha Maria da Penha foram realizadas.
No período ainda foram apuradas 620 denúncias do Disque-Denúncia (181), foram cumpridos 53 mandados de buscas e apreensão, foram solicitadas e expedidas 1.655 Medidas Protetivas de Urgências. A Polícia também apreendeu 22 armas e 356 munições.
A chefe da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher (Div-Deam), delegada Cláudia Dematté, falou sobre a operação. “Por meio dessa operação, realizamos ações para enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher em todo o Estado. Foram ações tanto de repressão quanto de prevenção. Nós tivemos muitas prisões realizadas, cumprimentos de mandado de prisão preventiva, prisão em flagrante. Ao todo foram 374 homens autores de violência contra a mulher, sejam crimes resultantes de violência doméstica e familiar, sejam crimes contra a dignidade sexual. Os suspeitos desses crimes foram presos em todo Estado”, contou a delegada.
A delegada também ressaltou a importância das ações de prevenção realizadas no Espírito Santo. “Nós focamos também na realização de ações de prevenção. Nós realizamos uma ação itinerante, na qual 10 municípios do Estado receberam essas ações. Nós chegamos com uma equipe de 30 policiais, entre civis e militares, e realizamos tanto ações para atendimento das mulheres em situação de violência quanto ações de prevenção. Nós rodamos o comércio dos municípios, íamos dialogar com a população nas ruas, e com os adolescentes nas escolas”, relatou.
O chefe da Divisão de Direitos Humanos da Diretoria de Direitos Humanos e Polícia Comunitária, major Rone Frederico Coutinho, falou sobre a importância do trabalho da Patrulha Maria da Penha. “O trabalho da Patrulha Maria da Penha é fiscalizar as Medidas Protetivas de Urgência deferidas pelo poder Judiciário a essas mulheres que sofrem ou que estão em situação de violência doméstica. O trabalho da patrulha é ao fazer essas visitas tranquilizadoras, e verificar a real situação dessas mulheres e orientá-las”, pontuou o major.
Já o gerente de Operações Integradas, da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, coronel Sebastião Biato Filho, destacou a integração da Polícia Militar e da Polícia Civil durante a operação. “É uma integração muito importante, principalmente, pela junção de forças. Isso em nível nacional tem um outro aspecto. De dizer que todos os estados estão no combate ao crime contra as mulheres. No Estado, as operações vão continuar por meio da delegacia especializada, em conjunto com a Polícia Militar, e certamente nós vamos tentar minimizar essa questão, que é muito séria em nosso país”, frisou.
Texto: Patrick Pereira