A Polícia Civil do Espírito Santo recebeu, nesta quinta-feira (16), representantes do escritório do Rio de Janeiro da agência Drug Enforcement Administration (DEA), de combate ao narcotráfico dos Estados Unidos da América (EUA). O motivo da visita foi conhecer os trabalhos do Departamento Especializado de Narcóticos (Denarc), da Polícia Civil Capixaba e Laboratórios de Química Forense da instituição. O interesse do DEA, neste momento, é devido a apreensão de 31 frascos de fentanil, durante uma operação do Denarc na última sexta-feira (10).
Na ocasião, os policiais civis também encontraram 136 quilos de maconha, 2.500 pinos de cocaína cheios, milhares de pinos vazios, 13 quilos de mistura para cocaína, 10 camisas estampadas com o nome da Polícia Civil e duas balanças de precisão. Esta foi a primeira vez que o Denarc apreendeu essa quantidade de fentanil, um opióide 100 vezes mais forte que a morfina. A droga vem causando muitas mortes nos EUA atualmente.
Durante a visita dos representantes do DEA eles conheceram a estrutura da Polícia no Denarc, na Chefatura de Polícia Civil e depois no Laboratório de Química Forense onde tiveram oportunidade de conhecer os procedimentos utilizados pela perícia capixaba para identificar e confirmar a presença da droga no Estado.
Para o chefe do Departamento Especializado de Narcóticos (Denarc), delegado Tarcísio Otoni, foi uma surpresa encontrar a droga da forma que foi encontrada, mas o departamento já vinha acompanhando e monitorando a entrada de novas drogas em outros Estados e Países.
“É uma droga que entra muito pelo México, mas no nosso caso, já estamos constatando desvio dessa mercadoria no caminho da distribuição. Isso está indo para o tráfico. Temos um preparo feito pelo DEA para capacitar nossos policiais e eles acabaram identificando que era fentanil. A droga é fatal, com valor muito maior que a maconha”, destacou Otoni.
O representante do DEA disse que é de extrema importância a troca de informações e o trabalho integrado de inteligência devido à periculosidade da droga encontrada no Estado. “O fentanil, essa apreensão, nos chamou atenção. Hoje é prioridade nos Estados Unidos o combate ao tráfico e venda dessa substância. Somente uma dose pode matar. A estatística mostra que muitos morrem com o primeiro consumo. Ele também pode ser misturado com muitos tipos de drogas. É uma substância 100 vezes mais forte que a morfina e 50 vezes mais forte que a heroína”, afirmou Yvonne Schon, chefe do escritório do DEA no Rio de Janeiro.
No laboratório de Química Forense, a equipe do DEA, puderam conhecer a estrutura e a metodologia de trabalho da Perícia Capixaba, as precauções com novas drogas e o uso de equipamentos de proteção individual já que são desconhecidos os efeitos. “Hoje nossos peritos já possuem o Know-how para identificar e analisar esses novos tipos de drogas que estão chegando, a preocupação do DEA é a nossa preocupação. A intoxicação por esse tipo de opióide é grave e devemos tomar todas as precauções para evitar o que já tem acontecido na Europa e EUA”, informou a chefe do Departamento de Laboratórios Forenses, perita Daniela de Paula.