Prevenir-se antes e durante o tratamento oncológico pode minimizar o risco de hospitalizações e até o óbito causados por quadros de infecção
“Infecção é a principal intercorrência durante o tratamento oncológico, principal causa de suspensão do tratamento, de hospitalização e de óbitos em pacientes com câncer”, adverte a infectologista Ana Carolina D’Ettorres. A especialista reforça que, antes de iniciar o tratamento de quimioterapia, a pessoa com câncer deve buscar um especialista para identificar quais são os riscos, orientar como reduzi-los e avaliar de que forma é possível ampliar a proteção.
De acordo com Ana Carolina, mudanças nos mais simples hábitos do dia a dia, como fazer jardinagem ou cuidar dos pets, podem evitar infecções futuras. “É preciso instruir o paciente sobre como se portar durante o tratamento quimioterápico com relação aos costumes da rotina, buscando, ao mesmo tempo, entender seu contexto social para minimizar riscos e oferecer orientações quanto à identificação e o que fazer caso ocorra uma infecção”.
Para todo paciente que vai começar o processo de quimioterapia recomenda-se que passe pela avaliação de um infectologista de confiança para detectar ameaças de maneira precoce. “Essa avaliação pode ser feita pelo oncologista, que, ao identificar que a imunidade do paciente pode cair muito, o encaminha para que o especialista faça esse trabalho preventivo”.
Há diversas situações que podem ser evitadas nos pacientes oncológicos, desde rastreio de tuberculose latente, infecção urinária de repetição, herpes de repetição, pneumonias e infecções de pele. “Tudo isso pode ser evitado com uma intervenção prévia. Até mesmo questões mais sérias como infecções fungicas invasivas e neutropenia febril – uma emergência oncológica. Essas estratégias visam reduzir as infecções de maneira geral”.
Queda na imunidade
Pessoas com câncer que são tratadas com quimioterapia têm mais chances de contrair infecções. Isso porque o sistema imune fica enfraquecido. Tanto o câncer quanto a quimioterapia podem causar danos à imunidade, reduzindo o número das células brancas do sangue – as células de defesa -, dificultando, assim, que o organismo lute contra as infecções.
Uma infecção pode evoluir para a sepse, a resposta extrema do corpo contra uma infecção, e essa emergência médica pode causar a morte. Importante ressaltar que a infecção acontece quando bactérias e virus entram no corpo e se multiplicam causando mal-estar, doenças e danos aos órgãos e tecidos.
Bactérias podem ser encontradas no ar, na água, no solo, nos alimentos e até mesmo durante o recebimento de tratamentos médicos. Já os vírus são passados de uma pessoa para outra, como resfriado, herpes e gripe.