Após seis meses de intenso trabalho envolvendo 15 artistas de várias cidades do Brasil, 15 dias de imersão em meio à Mata Atlântica, muitas pesquisas e debates, a designer educadora Juliana Colli e seu criativo grupo de artistas preparam um evento diferenciado para a próxima semana, no Museu de Artes do Espírito Santo (Maes), em Vitória-ES.
Nos dias 12 e 13 de agosto, quinta e sexta-feira, eles apresentarão para o público capixaba o resultado do projeto, denominado “Residência das Plantas”: um site, um vídeo, material educativo e um catálogo, criados a partir de todo esse processo artístico.
Considerado um projeto-piloto de arte educação e arte natureza, a “Residência das Plantas” está sendo executada com recursos da Lei Aldir Blanc. Foi iniciada em janeiro deste ano e agora está sendo finalizada.
Sua produção contou com duas imersões. A primeira no início do ano, na Serra do Caparaó. Durante 20 dias, um grupo de 10 artistas de várias partes do país participou de uma residência artística, em meio à mata, com acompanhamento e suporte de cinco artistas-moradores da região. Lá produziram arte tendo a natureza como inspiração.
A segunda imersão, em formato digital e com cada participante em sua casa, contou com debates, amadurecimento e refinamento dos processos criativos.
“Nossa proposta tem cunho educativo. Queremos estimular as pessoas a pensarem sobre as questões de sustentabilidade do planeta sob o viés da arte e, ainda, reforçar a construção da coletividade. Afinal, trabalhamos, vivemos e criamos juntos, não só entre a gente, como pessoas, mas também com a natureza”, explicou Juliana.
A escolha pelo tema se justifica. Para Juliana, o meio ambiente ganhou ainda mais relevância nos últimos tempos. “Estamos vivenciando um cenário crítico, com sérios danos à natureza por conta da destruição de fauna e flora que vem ocorrendo por todo o mundo, mas especialmente no Brasil. É um momento preocupante, com muitas catástrofes ambientais, com a natureza pedindo socorro…”, desabafou.
Daí a idealização deste projeto que, segundo ela, “propõe a construção coletiva de um espaço-tempo para experimentações, trocas e aprendizagem sob um viés selvagem”. A designer acrescentou que a “Residência das Plantas” vem sendo construída há algum tempo, a partir de pesquisas e interesses convergentes com dois amigos artistas: Camila Torres e Luís Filipe Porto. “Os recursos da Aldir Blanc estão nos possibilitando colocar em prática um monte de vontades, além, é claro, de poder sistematizar essa pesquisa”, explicou.
Segundo ela, entre os diferenciais da apresentação na próxima semana está a projeção de imagens do vídeo produzido pelo grupo, com imagens da Mata Atlântica (Caparaó), na fachada do Museu, que fica na avenida Jerônimo Monteiro, no Centro da capital.
Confira a programação:
Dia 12 de agosto (quinta-feira)
- 18 horas: projeção de imagens feitas na Mata Atlântica (Caparaó) na fachada do Museu, propondo um diálogo sobre o tema arte-natureza com a instituição (evento presencial, sem transmissão ao vivo).
- 19 horas: bate-papo público entre os idealizadores da Residência e o Museu com a participação da convidada Uyra (transmissão virtual, ao vivo, pelo YouTube da Secult-ES).
Dia 13 de agosto (sexta-feira)
- 19 horas: bate-papo público entre os idealizadores da Residência e a artista convidada Charlene Bicalho (transmissão virtual, ao vivo, pelo YouTube da Secult-ES).
Ficha técnica da Residência das Plantas
Realização: OPARQUE
Produção Executiva: Roberta Taufner
Apoio: Lei Aldir Blanc via Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo (Secult-ES)
Idealização: Camila Torres, Juliana Colli, Luis Filipe Porto
Curadoria: Juliana Colli
Site: https://dasplantas.com/