O dinheiro do petróleo tem gerado bons frutos para as cidades do Sul do Espírito Santo. Em Itapemirim, uma das cidades campeãs em recebimento de royalties, 5,8% desses recursos foram transformados, em 2018, em benesses para a população, englobando infraestrutura, educação ou saneamento. O percentual fica acima da média nacional, de 5,1%.
“Investimos muito em gente. Estamos investindo muito em saneamento básico, em conectividade e na educação básica. Reformamos 26 escolas e modernizamos as instalações. Hoje, temos, no máximo, 25 crianças em cada sala de aula. Estamos usando os royalties para criar um crescimento sustentável”, avalia o secretário de Finanças de Itapemirim, Anquizes Meirelles Cunha.
Presidente Kennedy, que também abocanha uma boa fatia de royalties, teve um percentual abaixo da média nacional, que é de 5,1% no quesito investimentos, ou seja, 3,9% do dinheiro foi investido. O secretário municipal de Desenvolvimento, Flávio Matos Ferreira, avalia que o percentual reflete o trabalho da gestão com a criação de uma infraestrutura positiva na cidade, que se faz necessária para depois, sim, atrair investimentos.
“É um processo que já deveria ter sido feito em outras gestões. A regularização fundiária, por exemplo, não havia sido feita na cidade. Além do geoprocessamento, que é uma forma de conhecermos o território de Kennedy e mapear onde poderão ser feitos os distritos industriais, que tipos de obras civis podem ficar em cada região da cidade. Temos de investir nesse conhecimento para fazer a cidade crescer de forma sustentável. Kennedy, com o Porto Central, está se estruturando para receber um volume enorme de investimentos. Não adianta oferecer um milhão de empregos se as situações básicas não estiverem acertadas”, avalia Flávio Matos Ferreira, secretário de Desenvolvimento de Kennedy, explicando ainda que, neste momento, a cidade trabalha para que as empresas que estão chegando tenham estrutura de trabalho e consigam, assim, gerar mais emprego, renda e valor ao município.
Um outro estudo também de 2018, batizado de Multi Cidades e publicado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), mostra que os investimentos estão a todo vapor em Kennedy. Em 2018, foram mais de R$ 5,1 mil por habitantes, o que deixou a cidade em primeiro lugar no ranking nacional, repetindo o resultado de 2017. “Isso se explica pelo valor substancial de royalties que recebemos e pela baixa densidade demográfica”, avalia Ferreira.
Ambiente de negócios
Se a infraestrutura vai bem, as empresas começam a buscar seu lugar ao sol nos municípios. Uma pesquisa feita pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) mostra que Itapemirim e Presidente Kennedy, em seu cluster, ou seja, em uma comparação com municípios semelhantes, receberam o 1º e 3º lugares, respectivamente, no Índice de Ambiente de Negócios (IAN). Na prática, essas duas cidades geraram resultados positivos em infraestrutura, potencial de mercado, capital humano e gestão fiscal.
“Presidente Kennedy será um dos maiores municípios do Espírito Santo em volume de negócios. Com o porto de águas profundas, chegarão navios que precisam de até 27 metros de calado, ou seja, que não atracariam no Brasil antes. Imagine a cadeia portuária que vai surgir, as empresas que estarão ao redor do porto. Teremos também a zona de processamento de exportação, que vai gerar ainda mais empreendimentos no entorno. Para dar uma ideia da vocação de Kennedy e do Espírito Santo, estamos, em média, a mil quilômetros de 78% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. O Estado tem uma situação fiscal positiva, favorável e uma vocação logística imensa. O mundo fala com o Brasil por meio do Espírito Santo. E Kennedy será essa porta de entrada”, explica Ferreira.
Em Itapemirim, as benesses também vêm do mar. O maior produtor de pescados do Espírito Santo criou a sala do empreendedor, com ambiente propício para receber aqueles que pretendem investir no município. “Paralelo a isso, desburocratizamos a abertura das empresas, que se adequam à legislação ao mesmo tempo em que estão com as portas abertas gerando emprego e renda. A licença de funcionamento é facilitada e isso atrai, cada vez mais investimentos para o município”, relata Anquizes Meirelles Cunha.
Fonte: Kennedy em Dia