Comemora-se neste sábado, 29 de junho, o dia de São Pedro Apóstolo. “Santo das viúvas e viúvos, dono das chaves do céu e primeiro Papa” são alguns dos nomes que caracterizam o padroeiro de Cachoeiro, um dos santos mais queridos da Igreja Católica.
A história da escolha de São Padro como padroeiro da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim se relaciona à escolha do padroeiro da Catedral da cidade que, por sua vez, está ligada à escolha do padroeiro da cidade de Cachoeiro de Itapemirim. O fato é que, sendo São Pedro tão popular como padroeiro, as razões dessas escolhas se entrelaçam e já não é possível determiná-las com exatidão.
A relação da cidade com São Pedro se iniciou mesmo antes de Cachoeiro de Itapemirim ser reconhecida como município. Como oficialmente sua história se iniciou um 29 de junho de 1812, dia desse santo, ele foi escolhido pelos colonizadores como padroeiro da cidade, seguindo o costume da época de nomear as cidades com o nome do santo festejado no dia. Inclusive, em alguns momentos de sua história a cidade chegou a ter “São Pedro” no nome.
Um desses nomes foi Freguesia de São Pedro das Cachoeiras, criada em 16 de julho de 1856 – dia em que a primeira missa foi celebrada pelo padre Manoel Leite Sampaio Mello em um dos cômodos de um velho armazém do Barão de Itapemirim, no Baiminas, próximo onde hoje é a Matriz Velha e onde os primeiros registros das celebrações em honra a São Pedro são mencionados.
Assim, São Pedro, já padroeiro da cidade, foi escolhido padroeiro da Paróquia instalada na Matriz Velha, hoje Igreja Nosso Senhor dos Passos, até que, em 1949, foi inaugurada a nova Matriz da Paróquia São Pedro.
A partir de 16 de fevereiro de 1958, com a criação da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, São Pedro passou a ser o padroeiro também da Diocese, e a igreja Matriz passou a ser a Catedral.
Desde a instauração da Diocese, a procissão em homenagem ao Santo é um marco da festa em 29 de junho. Porém, em registros históricos da Paróquia São Pedro, mesmo quando esta pertencia à Diocese do Espírito Santo (atual Arquidiocese de Vitória), já havia menções da procissão ao seu Padroeiro desde 1914.
Com tamanha devoção a São Pedro em Cachoeiro de Itapemirim, não seria de admirar que Rubem Braga tivesse razão: Sempre tenho confiança de que não serei maltratado na porta do céu, e mesmo que São Pedro tenha ordem para não me deixar entrar, ele ficará indeciso quando eu lhe disser em voz baixa: Eu sou lá de Cachoeiro. (O Dia de São Pedro, 1951)
História
São Pedro Apóstolo
Tinha como primeiro nome Simão, era natural de Betsaida, irmão do Apóstolo André. Pescador, foi chamado pelo próprio Jesus e, deixando tudo, seguiu o Mestre, estando presente nos momentos mais importantes da vida do Senhor, que lhe deu o nome de Pedro.
Um homem simples e impulsivo. Falou, muitas vezes, em nome dos Apóstolos e não hesitou em pedir a Jesus explicações e esclarecimentos sobre sua pregação.
Foi o primeiro a responder ao Mestre: “Senhor, para quem iremos? Somente tu tens palavras de vida eterna; nós acreditamos e sabemos que és o Santo de Deus” (Jo 6,67-68) diante da pergunta que Cristo fez aos discípulos: “Também vocês querem ir embora?”.
Primeiro Papa da Igreja
Em princípio, fraco na fé, chegou a negar Jesus durante o processo que culminaria em Sua morte por crucifixão. O próprio Senhor o confirmou na fé após Sua ressurreição (da qual o apóstolo foi testemunha), tornando-o intrépido pregador do Evangelho através da descida do Espírito Santo de Deus, no Dia de Pentecostes, o que o tornou líder da primeira comunidade.
São Pedro é o apóstolo que Jesus Cristo escolheu e investiu da dignidade de ser o primeiro Papa da Igreja. “E eu te digo: Tu és pedra e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus.” (Mt 16,18-19)
São Pedro é o pastor do rebanho santo, é na sua pessoa e nos seus sucessores que temos o sinal visível da unidade e da comunhão na fé e na caridade.
Martírio
Pregou no Dia de Pentecostes e selou seu apostolado com o próprio sangue, pois foi martirizado em uma das perseguições aos cristãos, sendo crucificado de cabeça para baixo a seu próprio pedido, por não se julgar digno de morrer como seu Senhor, Jesus Cristo. Escreveu duas Epístolas e, provavelmente, foi a fonte de informações para que São Marcos escrevesse seu Evangelho.
Fonte: Diocese de Cachoeiro