Apoio a doação de absorventes para as mulheres e jovens carentes. Mas, cá pra nós, é muita preocupação pra pouco sangue. Jorra muito mais sangue no tráfico de drogas nas periferias, nas cracolândias das cidades, crescendo como raízes para todo lado; nas mãos dos trabalhadores que ainda fazem as covas de seu plantio sangrando os calos de suas mãos sem equipamentos e tecnologias a seu alcance.
Jorra também o sangue dos policiais mortos na defesa da população numa batalha injusta contra o crime organizado, banalizado pela política omissa que não corrige as fragilidades. Brota sangue todos os dias pela ineficácia das leis contra o feminicídio, o tráfico, latrocínios, enfim.
Sou a favor do auxílio aos necessitados, mas repudio o uso político e demagógico desses hipócritas e oportunistas que se aproveitam destas questões. São litros e litros de sangue todos os dias. E o pior, o sangue que se perde na fome, nas verminoses crônicas, na miséria pela falta de sustento pelos provedores das famílias que, se tiverem trabalho e educação, certamente poderão adquirir seu próprio absorvente.
A cada dia querem criar mais despesas para sufocar e inviabilizar o governo, enganando o povo e desviando o foco das verdadeiras ações que precisam ser tomadas para dar dignidade ao cidadão sem depender do absorvente alheio. O remédio pra estancar esse sangue não é esmola, é educação, trabalho e renda.
Aliás nos tempos de minhas avós, mãe e tias, ainda no interior, usavam umas toalhinhas branquinhas lavadas e reutilizadas, depois de desinfetadas para essa finalidade. Água, sabão, água sanitária, uma boa esfregada, quarar de molho ao sol e pronto pra tamponar novamente. Pra não perder o humor, lembro-me de uma vez ter ouvido minha avó aos gritos no banheiro dizendo ao meu avô, “Larga isso, é pra lavar, não é toalha de rosto!!
Então, meu avô, em sua costumeira inocência e irreverência, respondeu ironizando: “Ah, bem que senti um cheiro estranho de bacalhau nesse pano!