As exportações de rochas ornamentais registraram resultados inferiores no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período no ano passado. No cenário nacional, o setor teve queda de 9,6% no faturamento. Enquanto isso, o Espírito Santo, maior Estado produtor e exportador do país, registrou baixa de 8,7%, conforme dados fornecidos pelo Sindirochas e Centrorochas.
A queda da China, em março, para o posto de terceiro destino nas exportações de rochas ornamentais (em US$), ficando atrás de EUA e Itália, sinaliza provável reflexo da pandemia do Covid-19. No entanto, segundo especialistas de mercado, a economia chinesa dá sinais de recuperação após auge do surto. Com isso, as lideranças do setor de rochas acreditam que o país retorne o 2º lugar como o maior consumidor das rochas brasileiras. Em 2019, as exportações brasileiras atingiram a emblemática marca de US$ 1 bilhão no faturamento, resultado 2,06% maior do que em 2018.
Segundo o presidente do Centrorochas, Frederico Robison, considerando-se os números obtidos no primeiro trimestre “ainda não é possível, de forma segura, estabelecer o cenário que teremos pela frente”. Entretanto, considera um cenário otimista para exportações com destino à Ásia e prefere analisar com cautela as ações dos Estados Unidos quanto a construção civil. “Este último fator pode impactar diretamente a retomada do setor. Importantes destinos das exportações brasileiras de rochas ornamentais (Estados Unidos e Itália, por exemplo), têm indicadores de queda em seu Produto Interno Bruto para 2020, mas com sinalização de retomada no próximo ano. Precisamos reavaliar mais à frente”, afirmou.
O Banco Mundial indicou através de recente relatório, uma queda do PIB brasileiro, em 2020, na ordem de 5%, com possível crescimento de 2,6% em 2021, apontando que serão necessários pelo menos dois anos para que o país volte ao patamar em que estava. Para Tales Machado (foto), presidente do Sindirochas, confirmadas essas projeções, a consequência será a retração dos negócios no setor. “Mas reforço que, dentro de uma visão ‘otimista consciente’, esperamos que as ações com foco na economia do Brasil, possam reduzir este impacto. As empresas do setor têm trabalhado para adequarem-se à realidade, tanto nas questões da saúde de seus funcionários, quanto na capacidade de suportarem o momento”, afirma.
Os dois líderes empresariais do setor complementam que as dificuldades são muitas e há necessidade de que as linhas de financiamento, postergação de encargos tributários e/ou financeiros, cheguem na ponta da atividade econômica, ou seja, nas empresas, independente do seu porte; além de medidas que envolvem o ambiente de regulação da mineração. “Há a necessidade de equilíbrio, respeito, bom senso e união de todos, onde o interesse coletivo seja protagonista”, finaliza Tales.