Em geral ainda são automóveis caros e restritos a público limitado aqui no Brasil, mas aos poucos a eletromobilidade avança no país.
Em comunicado divulgado nesta quarta-feira (12), a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) comemorou o melhor quadrimestre da série histórica da entidade, iniciada em 2012.
Segundo a ABVE, foram emplacados de janeiro a abril deste ano 7.290 veículos com propulsão alternativa, aumento de 29,4% em relação ao mesmo período de 2020. De acordo com projeção da ABVE, o mercado nacional deverá alcançar o recorde de mais de 28 mil emplacamentos de veículos eletrificados no país em 2021, crescimento em torno de 42% sobre o total apurado em 2020.
Nas suas contas e estimativas, a ABVE inclui automóveis e comerciais leves híbridos (HEV), híbridos plug-in (PHEV) e elétricos a bateria (BEV). Não entram nas estimativas da entidade ônibus, caminhões e o que ela classifica como “veículos levíssimos elétricos”.
Abril de 2021 foi também o melhor mês da história da eletromobilidade no país, com 2.708 veículos emplacados. O mês bateu ainda novo recorde de participação dos eletrificados nas vendas totais de automóveis e comerciais leves para o mercado interno, com 1,6% de participação de mercado.
Ao longo do primeiro quadrimestre de 2021, os modelos híbridos responderam por 53% das vendas de automóveis e comerciais leves eletrificados. Já os híbridos plug-in ficaram com 41% do total e os puramente elétricos fecham a conta com 6% da procura. No balanço, pesa muito a participação de modelos como da Toyota, no caso o Corolla e o Corolla Cross, atualmente os únicos carros híbridos produzidos no Brasil.
Pelos dados consolidados da ABVE, de janeiro de 2012 a abril de 2021, a frota elétrica em circulação no Brasil chegou a 49.559 veículos.
Para Adalberto Maluf, presidente da ABVE, apesar dos números sinalizarem uma aceitação cada vez maior dos brasileiros para veículos eletrificados, “ainda há muito a fazer”. “Em 2020, os elétricos e híbridos chegaram pela primeira vez a 1% das vendas totais no Brasil e em abril de 2021 atingiram 1,6%, mas seguimos distantes dos principais mercados globais. Segundo o último relatório Global EV Outlook 2021, da Agência Internacional de Energia (IEA), as vendas mundiais de veículos elétricos em 2020 (autos e comerciais leves) alcançaram 4,6% das vendas totais”, destaca a Associação. “Se considerarmos somente os veículos totalmente elétricos (BEV), esse segmento participa com apenas 0,2% do mercado brasileiro”, analisa Maluf.
Entre as ações que considera prioritárias, a ABVE destaca a implementação de incentivos para veículos de maior eficiência energética, a equiparação do IPI para veículos eletrificados com o que é praticado para os modelos a combustão, além da manutenção das atuais alíquotas do imposto de importação para veículos elétricos e híbridos. Por fim, a ABVE também cobra do governo federal um Plano Nacional de Eletromobilidade, “com metas claras de conversão das frotas de veículos a combustível fóssil para veículos de baixa emissão, a exemplo das que já existem na Europa, China e Estados Unidos”, pontua a ABVE.
“Por que quase a metade dos veículos a combustão paga 7% de IPI, enquanto a maioria dos eletrificados paga em média 11%, ou mais, mesmo sendo muito mais eficientes e menos poluentes?”, questiona Thiago Sugahara, vice-presidente de veículos leves da ABVE e executivo da Toyota. “A ABVE compreende a atual situação fiscal do país e não pede isenção de impostos, mas defende a isonomia tributária, em benefício das tecnologias de transporte de baixa emissão de carbono”, conclui a Associação. fonte: autoo /portaldenoticias24horas