O vereador do André Moreira (Psol) apresentou nesta quinta-feira (2) uma notícia crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o senador Marcos do Val (Podemos). Moreira, que atua na Câmara Municipal de Vitória, no Espírito Santo, pediu ao STF a apreensão do passaporte diplomático do senador capixaba a fim de evitar que ele saia do país.
O vereador também quer que o STF investigue a participação de Do Val no episódio em que o próprio senador tornou público, e que visava obter elementos para aplicar um golpe no país, evitando que o presidente eleito Lula tomasse posse. E, ainda, segundo o senador disse nas redes sociais dele, objetivava a prisão do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Três versões
Na tarde dessa quinta-feira (2), o senador capixaba prestou depoimento na Polícia Federal, em Brasília, para dar explicações sobre as denúncias, que foram feitas em três versões diferentes: uma nas redes sociais, outra para a Revista Veja e uma terceira em entrevista coletiva no Senado Federal. Segundo o senador, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, sabia do episódio desde dezembro de 2022, quando teria havido o encontro com o então presidente da República Jair Bolsonaro e o deputado Daniel Silveira.
“Operação Tabajara”
Nesta sexta-feira (3), o ministro Alexandre de Moraes participou de uma conferência do Grupo Lide, realizada em Lisboa. Por meio de uma videochamada, o magistrado confirmou a versão do senador Marcos do Val (Podemos) sobre o encontro que os dois tiveram no qual o parlamentar revelou o plano de Daniel Silveira (PTB) para gravar o ministro sem autorização: “O que ele me disse foi que o deputado Daniel Silveira o teria procurado, e ele teria realmente participado de uma reunião com o ex-presidente da República” – disse o ministro.
Ainda segundo Moraes, na ocasião, ele pediu que Marcos do Val registrasse oficialmente a denúncia para que os fatos fossem apurados. O senador, entretanto, não a fez alegando ser uma espécie de operação de “inteligência” que estaria realizando. O ministro nominou o episódio de “Operação Tabajara”. Não obstante, “Tabajara”, uma tribo indígena brasileira e nome de uma ladeira em Copacabana, no Rio de Janeiro, também era a alcunha de um quadro humorístico do programa TV Pirata, da Rede Globo.