Com 23 anos de dedicação à sala de aula, o professor de Geografia da Rede Estadual de ensino, Tiago Vieira, é um apaixonado pela profissão e, de forma especial, pela Educação de Jovens e Adultos (EJA). É na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Hildebrando Lucas, em Vitória, onde o profissional direciona seus conhecimentos para que sejam transformados em oportunidades para os estudantes. No Dia do Professor, celebrado nesta terça-feira (15), a história do professor Tiago é uma forma de traduzir o respeito e envolvimento de tantos profissionais que se dedicam à Educação nas escolas capixabas.
Vieira destaca que o que mais o emociona na profissão é, seguramente, a capacidade que tem de transformar a vida das pessoas. “E quando falamos de educação pública, observamos a mais poderosa forma de inclusão social que o Estado pode ter”, destacou. E foi na EJA que ele se encontrou e encontrou também gratidão na troca entre professor, por meio do ensino, e o aluno, por meio do aprendizado.
“A EJA é o recomeço, viabiliza novos caminhos e oportunidades, leva em consideração os saberes de vida trazidos por essas pessoas e, por meio disso, são estabelecidas importantes trocas. O ambiente é humano, acolhedor, respeitoso, digno e, particularmente, transformador ao professor que se permite vivenciar essa relação com a EJA”, afirmou.
E é na sala de aula essa troca acontece. O professor afirma que, para que essa dinâmica aconteça, especialmente na EJA, o professor enfatiza que o foco é o respeito da sabedoria adquirida pelas pessoas em suas vidas. Segundo o profissional é preciso compreender que elas têm saberes, identidades e conhecimentos tácitos. “E a partir deles é possível uma construção coletiva de saberes, que se puder ser levada com um pouco de sensibilidade e afeto, podemos construir grandes coisas”, afirmou.
Projeto de destaque
Neste contexto de dedicação à profissão, o professor Tiago tem conduzido, com os alunos da EJA, um projeto de incentivo e conscientização sobre o reaproveitamento de resíduos. Após promover uma cartografia social, foi identificado como ponto sensível a ser trabalhado na comunidade escolar o descarte inadequado de resíduos da Grande Maruípe, em Vitória.
A escola promoveu diálogo com diversas instituições, como a indústria, por meio da FINDES/SINDIPLASTES, a sociedade civil organizada e o próprio Governo do Estado, sobre a questão de resíduos, em particular o plástico. O Governo direcionou apoio para o projeto de Living Lab, em bolsas de estudos para pesquisadores incluindo seis alunos da EJA, bem como a modernização da associação de catadores, incluindo consultorias e equipamentos, como balanças industriais, elevadores, caminhão para coleta individualizada entre outros.
Neste sentido, uma campanha de conscientização sobre o tema está sendo realizada com a comunidade escolar por meio de palestras, promovidas pela associação de catadores para incentivar o descarte de materiais plásticos na escola. Tudo é direcionado para a associação de catadores que, por sua vez, negocia seus materiais diretamente com a indústria capixaba de transformação.
O professor enfatiza que todo o trabalho com os alunos e instituições envolvidas já traz resultados importantes. “Além de toneladas de materiais já retirados do território, tem-se observado uma ressignificação das pontes entre todos os atores das ‘hélices de inovação’, criando uma estrutura eficiente e virtuosa nas relações entre todos, com resultados impressionantes em todos os sentidos. Esses resultados estão sendo devidamente documentados em artigos via Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes)”, concluiu.
Fonte: Sedu-ES