A agenda política em Cachoeiro está travada. Todo mundo esperando, talvez por Godot, enquanto a roda gira. Assim como os miseráveis Estragon e Vladimir, da famosa peça de Samuel Beckett, o cachoeirense questiona suas dores e contemplações em longas conversas esperando por uma entidade indefinida.
Enquanto Godot não vem, de concreto mesmo, temos apenas duas pré-candidaturas responsivas e outras cinco marinando na salmoura. Com o time em campo e surfando na polarização nacional estão o PL do Léo Camargo e o PT do ex-prefeito Carlos Casteglione. Estes sim, já capitalizando ou socializando junto ao eleitorado. Respectivamente, claro.
Lorena Vasquez (PSB), Diego Libardi (Republicanos), Allan Ferreira (Podemos), Dr Bruno Resende (União), Ferraço ou Norma Ayub (ambos do PP) e mais recentemente o empresário Tales Machado (PP) estão fazendo as contas, as costuras e cozinhando o galo. Aliás, esta iguaria se posta em fogo brando, pula da panela. Pergunta lá na roça.
A sensação que fica é de que todos estão na expectativa de que algo maior vai acontecer. Uns apostam no governador Renato Casagrande, com mão de ferro, para arrumar a bagunça. Outros creem numa desavença entre os mosqueteiros (Diego, Bruno e Allan), que faria as peças se moverem pra lá ou pra cá, seja lá onde isso vai dar.
Tem ainda aqueles que sonham com a volta dos que não foram, quer dizer, com outro cavalo de pau de Juninho Correa (Novo). Tira batina, bota batina, sei não… parece pouco provável.
Nem é necessário ser um druida para perceber a enrascada em que se meteram. Basta olhar no semblante da turma. Há cinquenta tons de cinza entre a resposta e a pergunta, ou seja, um tal de “vamos ver isso mais pra frente” que não transmite qualquer segurança ao eleitor.
O tempo passa e sua majestade, o cidadão cachoeirense, dá sinal de cansaço. Os acordões estão cheirando a imbróglio. E pega muito mal esta insegurança, se transmitida pela classe política. Soberba? Traição? Barganha? Esses são alguns dos substantivos que começam a circular à boca miúda. Não demora ganham as ruas.
Indefinição não combina com os tempos em que estamos vivendo. As pessoas estão procurando respostas, pois de dúvidas já bastam aquelas que as atormentam todos os dias. Em especial quando chegam via boleto de imposto, quando o trânsito agarra, quando as obras demoram e as promessas sobram.
Dizem que o tempo é o senhor da razão. O tempo perdido não sei se entra nesta conta.
Até!