O deputado estadual Dr. Bruno Resende (União Brasil), presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa e da Frente Parlamentar Contra o Câncer, participou em Brasília, nesta terça-feira (11), de um seminário na Câmara dos Deputados sobre câncer de cabeça e pescoço.
O seminário foi na comissão especial da Câmara dos Deputados destinada a acompanhar as ações de combate ao câncer no Brasil. De acordo com o deputado federal Weliton Prado (Solidariedade-MG), que solicitou o debate, dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimam 40 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço por ano no Brasil até 2025, incluindo 15,1 mil casos de câncer de boca.
O deputado Dr. Bruno Resende defendeu a ampliação do tratamento em geral e da radioterapia, em particular.
“A importância deste momento é discutir a política pública de acesso ao tratamento e as oportunidades dos pacientes de câncer. Eu sou radio-oncologista, vimos há pouco alguém falar que tem caso de câncer na família. Quanto me perguntam se tenho alguém com câncer na família, minha resposta é sim, eu tenho mais de 6 mil pacientes com câncer na minha família. Todos aqueles pacientes que passam pela minha frente, a partir daquele momento, se tornam pessoas da minha família”, disse Dr. Bruno.
Atraso
“Precisamos tratar aqui de questões como a radioterapia: ainda se fala em radioterapia como se estivéssemos a 25 ou 30 anos atrás, principalmente no que se refere aos pacientes de cabeça e pescoço, que estão todos os dias nos nossos consultórios. Desculpem a palavra, mas isso é uma vergonha”, disse o deputado.
“A gente precisa buscar aqui políticas que sejam efetivas na busca do acesso adequado ao tratamento oncológico. Não basta o paciente ficar curado. A gente quer que o paciente tenha qualidade de vida. Essa é a diferença entre tratar e ter dignidade. A dignidade é você conseguir ir ao supermercado, brincar com o seu filho, tomar banho sozinho, caminhar, correr na praia, poder ter uma vida de verdade”, completou.
Números da doença
Em 2020, o câncer de cavidade oral causou a morte de 6.192 pessoas, 4.767 eram homens. Outros tipos de câncer, como o de laringe e tireoide, vitimaram 4.478 e 837 pessoas, respectivamente.
Entre 2014 e 2018, 48% dos pacientes foram diagnosticados tardiamente, nos estágios 3 e 4 da doença, o que reforça, na avaliação do parlamentar, a importância do diagnóstico precoce.
Weliton Prado afirmou que os principais fatores de risco para esses tipos de câncer são tabagismo, consumo excessivo de álcool, infecções por HPV, falta de higiene bucal e exposição à radiação.
Os tratamentos abrangem imunoterapia, quimioterapia, radiocirurgia e cirurgias, além da vacina contra o HPV oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Com informações da Agência Câmara Notícias