O comércio exterior capixaba voltou a ganhar força em setembro. Após dois meses de retração, o Espírito Santo registrou crescimento expressivo de 19,8% na corrente de comércio, alcançando US$ 2,04 bilhões (R$ 10,9 bilhões) em movimentações, com exportações e importações, resultado impulsionado pelo aumento das exportações de produtos industriais e tecnológicos, como máquinas, compressores e equipamentos especializados, e pelo aumento da chegada de produtos ligados à indústria e logística.
As análises são do Connect Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo), em parceria com o Sindiex (Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo), com base nos dados do Comex Stat, sistema oficial para extração das estatísticas do comércio exterior brasileiro de bens.
Segundo André Spalenza, coordenador do Observatório do Comércio do Connect Fecomércio-ES, o resultado mostra uma melhora gradual do comércio exterior capixaba. “O avanço simultâneo das exportações e das importações indica um movimento de retomada do comércio exterior após meses de retração. O desempenho positivo reflete o dinamismo da economia capixaba, que vem diversificando sua pauta comercial e ampliando o peso de produtos industriais de maior valor agregado”, explicou.
Em setembro, as exportações somaram US$ 991 milhões, alta de 15,3% em relação a agosto e de 3,8% frente a setembro de 2024. Os destaques ficaram com o café não torrado (US$ 169 milhões), que cresceu 44,5%, e os produtos semiacabados de ferro e aço (US$ 126 milhões), com avanço de 13,9%. Já os equipamentos industriais especializados e os compressores de ar, bombas, centrífugas, exaustores e ventiladores tiveram saltos pontuais expressivos, evidenciando novas oportunidades de negócios internacionais.
Do lado das importações, o total chegou a US$ 1,05 bilhão, com aumento de 24,3% em relação a agosto, puxado pelas compras de veículos para transporte de mercadorias (alta de 70,44%, sendo US$ 244 milhões) e de passageiros (29,26%, representando US$ 157 milhões), aeronaves e equipamentos aeronáuticos (19,46%, o que gerou US$ 106 milhões) e tecnologias de telecomunicação (24,49%, dando US$ 51,9 milhões).
Esse movimento, segundo Spalenza, está ligado à recomposição de estoques e à manutenção do ritmo industrial no estado. “A alta nas importações de bens de capital e insumos industriais mostra que as empresas estão se preparando para atender uma demanda crescente, o que reforça um cenário de confiança na economia local e uma atividade econômica interna ainda aquecida no setor produtivo capixaba”, avaliou.
Mesmo com o avanço das compras externas, o déficit comercial do estado caiu 55,4% em relação ao mesmo mês de 2024, ficando em US$ 66 milhões, um sinal de maior equilíbrio nas trocas internacionais.
Parceiros comerciais
Os principais parceiros comerciais nas exportações capixabas foram Singapura (24%) – com produtos como máquinas e equipamentos industriais, bombas, centrífugas, compressores, ventiladores e óleos brutos de petróleo e minerais –, Estados Unidos (20%) – com produtos de ferro e aço, cal, cimento e celulose – e México (6%).
Já nas importações, os maiores parceiros foram China (30%) – trazendo ao estado veículos e instalações e equipamentos de engenharia –, Argentina (18%) – importando veículos e leite, creme de leite e outros laticínios – e Estados Unidos (16%), ao comprar aeronaves, carvão e geradores elétricos.
No acumulado de janeiro a setembro, o Espírito Santo movimentou US$ 17,6 bilhões em comércio exterior. Embora o volume seja 6,7% inferior ao de 2024, o déficit caiu 7,6%, sinalizando melhora gradual no equilíbrio das transações internacionais.
A análise por municípios mostra que Vitória, Aracruz e Serra lideraram as exportações, com US$ 688 milhões (69,5% do total estadual). Vitória manteve a dianteira, com destaque para os embarques de minérios e escórias. Já entre os importadores, Cariacica, Vitória e Serra responderam por 87,8% das compras externas (US$ 927 milhões), impulsionadas pela chegada de veículos, aeronaves e combustíveis minerais.
Outra análise importante do Connect Fecomércio-ES foi sobre os termos de troca do Espírito Santo, que representam a relação entre o preço das exportações e o das importações. Em setembro, eles apresentaram melhora de 3,4% em relação a agosto, indicando que os preços das exportações cresceram mais do que os das importações no período, o que sinaliza uma valorização dos produtos capixabas no cenário internacional e reforça a competitividade do estado no comércio exterior.
Para Spalenza, o desempenho do mês reflete um ambiente de negócios mais diversificado e inovador. “A presença de novos produtos industriais e o fortalecimento do agronegócio indicam que o Espírito Santo vem ampliando sua inserção internacional com base em inovação e competitividade regional”, concluiu.
A pesquisa completa, com os dados detalhados, pode ser acessada no site https://portaldocomercio-es.com.br.

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