O corpo da ex-modelo, jornalista e escritora Danuza Leão foi velado das 13h às 16h desta sexta-feira (24) no Salão Ecumênico 1 do Crematório e Cemitério da Penitência, no Caju, na Zona Norte do Rio. Às 16h, o corpo será levado para a cremação. Toda a despedida será restrita à família e amigos.
Uma das personalidades mais importantes da sociedade e da cultura carioca do século 20, Danuza morreu na quarta-feira (22), aos 88 anos, no Rio. Ela foi Vítima de enfisema pulmonar, sua morte foi provocada por uma insuficiência respiratória.
Perfil
Desde jovem, Danuza já indicava que seguiria uma carreira de sucesso. Nascida em Itaguaçu, no Espírito Santo, passou antes por Cachoeiro do Itapemirim até chegar, aos 10 anos, no Rio de Janeiro. Aos 14, foi descoberta por um olheiro e convidada para um baile no Copacabana Palace.
Foi um dos destaques da festa, apareceu pela primeira vez na imprensa e ainda ganhou uma passagem para Paris. Mas não foi naquele momento, só três anos depois, quando já estava morando na capital francesa, como modelo de Jacques Fath. Era sabido também que era amante do ator Daniel Gélin, seu primeiro grande amor, como identificou em seus livros biográficos.
“Perdido, casado e cheio de charme e sedução, daqueles a quem não se resiste – e não resisti. Toda mulher deveria conhecer um homem assim na vida. Menos nossas filhas, claro”, escreveu ela sobre Gélin, com sua peculiar ironia.
Foi um período de muita badalação, marcada, por exemplo, pela primeira experiência com heroína. Logo voltou ao Brasil e, aos 19 anos, aceitou o convite insólito de um amigo e foi conhecer Samuel Wainer, que estava preso. Mesmo com a diferença de idade (ele estava com 41), Danuza se apaixonou pelo jornalista, o que provocou uma reviravolta em sua vida.
Irmã da cantora Nara Leão (1942-1989), Danuza acompanhou o nascimento da bossa nova em seu apartamento em Copacabana, na Zona Sul do Rio, onde se reuniam os grandes artistas da época.
Além de modelo, Danuza também foi jurada de programa de TV, entrevistadora, dona de boutique e produtora de arte. Como atriz, ela participou, em 1967, do filme “Terra em transe”, como a personagem Sílvia. A obra foi roteirizada e dirigida por Glauber Rocha.
Em 1992, Danuza Leão alcançou o sucesso como escritora. Seu livro de etiquetas sociais “Na sala com Danuza”, liderou a lista dos mais vendidos durante um ano. Em 2004, publicou uma nova edição de seu maior sucesso, “Na sala com Danuza 2”.
Em seguida, ela escreveu o “Quase tudo” (2005), um livro de memórias, que recebeu o Prêmio Jabuti; “Danuza Leão fazendo as malas” (2008), também ganhador do Prêmio Jabuti; “Danuza Leão de malas prontas” (2009) e “É tudo tão simples” (2011).
Outro trabalho de sucesso de Danuza foi como cronista. Ela foi colunista do Jornal do Brasil, da Folha de São Paulo e do caderno ELA, do jornal O Globo, onde escrevia sobre assuntos variados, desde comportamento e relacionamento, até família e dicas de etiqueta.
Do casamento com o jornalista Samuel Wainer, fundador do jornal Última Hora, nasceram três filhos: Samuel Wainer Filho (1955-1984), Pinky Wainer e Bruno Wainer, e seis netos. Após a separação com Wainer, a escritora ainda se casou mais duas vezes, com o cronista e compositor Antônio Maria e com o jornalista Renato Machado.
Com informações do G1 e Terra