*por Zulmira Fontes
No livro “O amor líquido”, o sociólogo polaco Zygmunt Bauman desenvolve sua obra homônima para descrever o tipo de relações interpessoais. Na última semana, vivenciei isso e me assustei. Me assustei muito.
Eu passei mal e avisei a duas pessoas. Como moro só, esperava o retorno de ao menos uma delas. O retorno veio. Apenas de uma e pasmem: três dias depois!
Se fosse uma emergência, é claro que eu morreria. Era um pedido de ajuda, mas não emergencial. As pessoas não têm mais tempo para as pessoas.
Muitos afazeres e as lacunas são preenchidas pelas redes sociais. O amor escorre por entre os dedos e não é algo que estamos conseguindo segurar.
Falo para muitas pessoas neste texto e não consigo me conectar com ninguém. Estranhos tempos modernos.